Uma semana depois, Coreia do Norte relata danos por tufão Maysak
Fenômeno provocou estado de emergência após destruir mais de 2.000 residências, alagar prédio públicos e estradas e colapsar mais de 59 pontes
Uma semana após a passagem do tufão Maysak pela Coreia do Norte, a mídia estatal relatou nesta quarta-feira, 9, que o ciclone destruiu dezenas de pontes e danificou mais de 2.000 casas. Em resposta, o líder norte-coreano, Kim Jong-un, pediu a membros de seu partido novos planos para a economia, já devastada por sanções e mais recentemente por restrições ligadas à pandemia do novo coronavírus.
O tufão Maysak, nono desta temporada, provocou um estado de emergência, após destruir mais de 2.000 residências, alagar prédio públicos e estradas e colapsar mais de 59 pontes. Mais de 3.500 quilômetros de vias férreas foram destruídos, de acordo com a agência estatal KCNA.
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Clique e AssineSeguido pelo tufão Haishen no início desta semana, o ciclone tropical obrigou as autoridades a “mudarem de rumo” em termos do planejamento central previsto até o fim do ano. No ano passado, Kim havia prometido um avanço na campanha do país para construir uma economia auto-suficiente em face das sanções estrangeiras impostas por conta de seu programa nuclear e de mísseis. No entanto, negociações com os Estados Unidos para desnuclearização caíram, deixando Pyongyang com duras restrições sobre exportações e importações, além de uma proibição de joint ventures.
As restrições se somam aos esforços do país para conter o avanço de Covid-19, que pode gerar um duro golpe à economia já debilitada. Oficialmente, a Coreia do Norte não registrou nenhum caso da doença, mas impôs lockdowns e quarentenas obrigatórias, encerrou voos internacionais e restringiu ainda mais o comércio transfronteiriço.
Kim ordenou 12.000 integrantes do partido a ajudarem duas províncias rurais especialmente devastadas pela passagem do Maysak. Na terça-feira, eles participaram de um evento em Pyongyang antes da viagem para as áreas afetadas.
O tufão Maysak provocou inundações principalmente na cidade portuária de Wonsan, na província de Kangwon. O jornal oficial do partido governante citou dezenas de vítimas, mas não revelou mais detalhes. Na província de Hamgyong do Sul, os sistemas de transporte para diversas minas de zinco foram totalmente paralisados.
“Não temos medo de nada”, disse Kang Chol Jin, membro do partido na reunião celebrada diante do palácio do sol Kumsusan, que abriga os restos mortais embalsamados do antecessor e pai de Kim, Kim Jong Il, assim como de seu avô, o fundador do regime, Kim Il Sung.
Kim deu prazo até 10 de outubro, dia do 75º aniversário da fundação do partido, para concluir sua missão.
Os desastres naturais provocam danos maiores na Coreia do Norte que na Coreia do Sul, devido em parte à fragilidade da infraestrutura norte-coreana. Além disso, o país é muito vulnerável ao risco de alagamentos pelo desmatamento.
A passagem do tufão pela continente deixou dois mortos na Coreia do Sul e, na costa do Japão, naufragou um navio que levava 43 tripulantes e 5.800 vacas. Até o momento, a Guarda Costeira japonesa encontrou dois sobreviventes e o corpo de uma vítima fatal. Quarenta tripulantes continuam desaparecidos, mas operações de resgate foram paralisadas por conta do Haishen.