UE abre negociações para adesão de Ucrânia e Moldávia
Acordo foi aprovado com unanimidade, apesar da resistência do governo da Hungria
Os líderes da União Europeia (UE) deram início nesta quinta-feira, 14, à fase de negociações para a adesão da Ucrânia e da Moldávia. Eles também concordaram em conceder o estatuto de país candidato à Geórgia. O acordo foi aprovado com unanimidade, apesar da resistência do governo da Hungria.
A notícia foi recebida com satisfação pelo presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que tenta encontrar um espaço no bloco europeu desde a invasão da Rússia, em fevereiro do ano passado. Em resposta ao sinal verde, o líder de Kiev definiu o novo passo como uma “vitória” para o país.
“Esta é uma vitória para a Ucrânia. Uma vitória para toda a Europa. Uma vitória que motiva, inspira e fortalece”, escreveu no X, antigo Twitter.
A integração, no entanto, não é imediata e pode levar anos até a sua conclusão. A decisão desta quinta-feira é, então, considerada um estímulo moral para ambos os países aplicantes.
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A rixa húngara
O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, deixou momentaneamente a sala em que a cúpula em Bruxelas ocorreu, enquanto os outros 26 representantes davam prosseguimento à votação. A ação, contudo, foi considerada como pré-acordada e construída por autoridades.
Divulgada a deliberação, o premiê utilizou as redes sociais para condenar o avanço ucraniano, defendendo que a adesão era uma “má decisão”, da qual a Hungria não desejava participar e, por isso, “ficou longe da decisão de hoje”.
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O risco russo
A Ucrânia e a Moldávia candidataram-se à adesão à UE após a eclosão da “operação militar especial” da Rússia, como Vladimir Putin chama a invasão ao vizinho. A dupla, enfim, recebeu o estatuto de candidato em junho de 2022, deixando a Geórgia de lado.
A presidente da Moldávia, Maia Sandu, aplaudiu a “corajosa resistência da Ucrânia contra a invasão brutal da Rússia” e que a aprovação representa “uma nova página na história do país”. Ela acrescentou que Chisinau agora sente o “abraço caloroso da Europa”, em meio às ameaças de Moscou.
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O apoio europeu
O chanceler alemão, Olaf Scholz, elogiou os líderes da UE pelo “forte sinal de apoio” aos dois países aplicantes. Ele disse, ainda, que não restavam dúvidas de que a Moldávia e a Ucrânia faziam parte da “família europeia”. Um diplomata presente na cúpula alegou, inclusive, que a ideia da saída de Orbán foi costurada pelo líder de Berlim.
O primeiro-ministro finlandês, Petteri Orpo, destacou que o momento histórico representa uma “importante mensagem de esperança” para os cidadãos de ambas as nações. O coro foi reforçado pela presidente da Geórgia, Salome Zurabishvili, que definiu a votação na UE como um “marco monumental”. O país foi invadido pela Rússia em 2008.