Ucrânia tem relatos de explosões e mortes em meio a tensão com russos
Primeiras mortes são de soldados feridos por separatistas dentro das fronteiras ucranianas, segundo governo de Kiev
A escalada de tensão que envolve a Rússia e a vizinha Ucrânia desde o último mês subiu mais um tom neste sábado, com relatos de que grupos separatistas pró-Moscou, que atuam dentro das fronteiras da Ucrânia, teriam se envolvido em conflitos com as forças armadas ucranianas na região de Donetsk, no leste do país. Cidadãos relataram ter ouvido explosões e o governo afirmou que dois soldados ucranianos foram mortos pelos separatistas, de acordo com as agências internacionais. Outros quatro militares ficaram feridos e foram hospitalizados, segundo a Rádio França Internacional e a agência Reuters.
Os relatos de aumento da temperatura ocorrem em paralelo a nova movimentação do exército russo que vem sendo acompanhada com atenção por governos do ocidente. Uma nova rodada de exercícios militares, desta vez com mísseis e armamento nuclear, ocorreu na Rússia e na vizinha Belarus. Os exercícios devem prosseguir neste domingo, com uso de mísseis hipersônicos.
Separatistas já haviam organizado uma evacuação de civis na região, que foram levados de ônibus para o lado russo da fronteira. Neste sábado e já na manhã de domingo, ainda de acordo com informações da Reuters, múltiplas explosões puderam ser ouvidas no centro da cidade de Donetsk. A origem das explosões não estava clara, segundo a agência, mas nem o governo ucraniano, em Kiev, nem os representantes dos separatistas fizeram comentários. No Facebook, o governo acuou os separatistas rebeldes de 70 violações ao acordo de cessar fogo que deveria estar vigente na região.
Em meio aos novos desdobramentos, o embaixador do Brasil na Ucrânia, Norton de Andrade Mello Rapesta, publicou comunicado neste sábado orientando que cidadãos brasileiros evitem as áreas de conflito.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, havia dito na sexta-feira que estava convencido de que a Rússia invadiria o país vizinho. Diversas autoridades americanas, incluindo a vice-presidente Kamala Harris, e líderes europeus, reunidos em conferência, reforçaram as ameaças de sanções econômicas “sem precedentes” caso a invasão de fato ocorrer.