Ucrânia diz estar por trás de explosões na Crimeia, ocupada pelos russos
Península ucraniana, anexada pelo Kremlin em 2014, foi alvo de uma série de ataques nesta quarta-feira, 20; objetivo é 'libertar' Crimeia, segundo Kiev
A Inteligência de Defesa da Ucrânia informou nesta quarta-feira, 20, que o exército do país foi responsável por uma série de explosões na Crimeia, península ucraniana ocupada pela Rússia desde 2014. Segundo o Centro de Resistência Nacional ucraniano, mísseis atingiram o principal posto de comando da frota russa do Mar Negro, perto do campo de aviação de Belbek, nesta manhã.
“Podemos confirmar que estas foram ações das forças de segurança e defesa ucranianas contra os alvos militares dos ocupantes”, disse o porta-voz da agência de inteligência, Andrii Yusov, em entrevista televisionada.
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De acordo com ele, o foco das forças ucranianas são “as instalações militares dos invasores nos territórios temporariamente ocupados”, incluindo a Crimeia.
“O objetivo final, claro, é a desocupação da Crimeia ucraniana. Nesta fase, as posições do inimigo devem ser enfraquecidas”, explicou Yusov.
⚡️Russian occupation "authorities" have claimed that drones attacked #Crimea.
The so-called "governor" of #Sevastopol, Mikhail Razvozhaev, stated that air defense forces allegedly shot down multiple drones.
Local Telegram channels report explosions near the Belbek military… pic.twitter.com/g4NU22r2VB
— KyivPost (@KyivPost) September 20, 2023
“A Crimeia ainda é usada como um centro logístico para, entre outras coisas, a transferência de soldados inimigos para outras partes da linha de frente. Para destruir este centro logístico, certas operações estão sendo utilizadas e implementadas: no mar, em terra e no ar”, acrescentou.
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No último mês, a Ucrânia intensificou os ataques a bases militares russas e outras instalações na Crimeia. Desta vez, segundo o Centro de Resistência Nacional, o principal posto de comando da frota do Mar Negro da Federação Russa foi atingido. A informação não pôde ser verificada por órgãos independentes, mas canais locais do Telegram e vídeos publicados nas redes sociais mostraram uma grande nuvem de fumaça subindo de uma área que seria o campo de aviação de Belbek, perto de Sebastopol.
Mikhail Razvozhayev, o governador instalado por Moscou em Sebastopol, afirmou que as defesas aéreas da Rússia “repeliram” um ataque de mísseis a Sebastopol, acrescentando que informações sobre “possíveis danos e vítimas causados pela queda de partes de mísseis abatidos” estão sendo verificadas.
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Anteriormente, ele declarou que os sistemas de defesa aérea derrubaram vários drones, cujos destroços caíram sobre Verkhnosadove e Kacha, nos arredores de Sebastopol, sem causar vítimas.
Se confirmado, este seria o segundo grande ataque com mísseis contra a frota Russa do Mar Negro em duas semanas, bem como mais uma confirmação de que a Ucrânia é capaz de atingir alvos distantes da linha de frente. Uma série de explosões abalou o Estaleiro Sebastopol, na Crimeia, no dia de 13 de setembro, danificando gravemente o submarino Rostov-on-Don e o navio de desembarque Minsk.
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Segundo o Ministério da Defesa da Rússia, o grande ataque envolveu dez mísseis de cruzeiro e “três barcos não tripulados”.
Ainda na quarta-feira, Kiev também anunciou que dois aviões russos e um helicóptero foram “significativamente danificados” num ataque realizado por “sabotadores desconhecidos” num dos principais campos de aviação militares do Kremlin, a 30 quilômetros de Moscou.