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Ucrânia aceita termos de acordo para dar aos EUA acesso a minerais estratégicos

Kiev abre mão de recursos para cair nas graças de Donald Trump, enquanto ele acelera negociações para o fim da guerra dando concessões à Rússia

Por Amanda Péchy Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 26 fev 2025, 09h13

Os Estados Unidos e a Ucrânia concordaram com os termos de um rascunho de um acordo sobre minerais estratégicos, nas terras-raras ucranianas, na noite de terça-feira 25. A transação é considerada essencial para Kiev para ganhar o apoio de Washington, enquanto o presidente americano, Donald Trump, tenta encerrar a guerra com a Rússia o mais rápido possível.

A agência de notícias Reuters afirmou que uma fonte próxima às negociações relatou que o pacto não especifica nenhuma garantia de segurança dos Estados Unidos para a Ucrânia, nem sequer a continuidade do fluxo de armas americanas doadas. No entanto, o texto diz que Washington que que a Ucrânia seja “livre, soberana e segura”.

Futuras remessas de assistência militar ainda estão sendo discutidas entre as partes, segundo a Reuters.

Mediante o acordo, os Estados Unidos e a Ucrânia estabeleceriam um Fundo de Investimento de Reconstrução para coletar e reinvestir receitas de fontes ucranianas, incluindo minerais, hidrocarbonetos e outros materiais extraíveis. Kiev contribuiria para o fundo com 50% da receita, subtraindo despesas operacionais, até que as contribuições atinjam a soma de US$ 500 bilhões. Washington, por sua vez, estabeleceria um compromisso financeiro de longo prazo para o desenvolvimento de uma “Ucrânia estável e economicamente próspera”.

Reembolso

Depois de uma amarga troca de insultos na semana passada, Trump afirmou a repórteres que seu homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, quer ir a Washington nesta sexta-feira, 28, para assinar um “acordo muito grande”.

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Uma reunião na Casa Branca poderia dar a Zelensky uma chance de defender seu caso para o apoio contínuo de Trump, que na semana passada acusou falsamente Kiev de começar a guerra e chamou o colega de “ditador”.

O presidente americano propôs o acordo de minerais como um reembolso pelos bilhões de dólares em ajuda financeira e militar a Kiev. Essencialmente, sua assinatura abriria a vasta riqueza mineral da Ucrânia para os Estados Unidos.

“O que estamos fazendo agora é dizer, olha, queremos estar protegidos”, disse Trump. “O contribuinte americano agora vai receber seu dinheiro de volta, mais.”

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A Ucrânia tem depósitos de 22 dos 34 minerais identificados pela União Europeia como “críticos”, de acordo com dados ucranianos, incluindo materiais industriais e de construção, ferroligas, metais preciosos e não ferrosos e alguns elementos de terras-raras. As reservas de grafite no país, um componente-chave em baterias de veículos elétricos e reatores nucleares, representam 20% dos recursos globais.

Garantias

Zelensky se recusou a assinar um rascunho anterior, enquanto Washington buscava direitos a US$ 500 bilhões em terras-raras da Ucrânia. Kiev protestou que havia recebido muito menos do que isso em assistência dos Estados Unidos, e que o acordo não tinha as garantias de segurança de que seu país precisa.

Trump também concedeu que forças de manutenção de paz seriam necessárias na Ucrânia após um acordo para o fim da guerra. Moscou, que invadiu o país vizinho há três anos, se recusou a aceitar a presença de militares da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) perto de suas fronteiras.

A pressa de Trump em impor o fim à e sua guinada em direção a Moscou alimentaram temores de que os Estados Unidos façam concessões demais ao presidente russo, Vladimir Putin, que poderiam minar a segurança da Ucrânia e da Europa, além de alterar o cenário geopolítico. Na semana passada, abriu conversas sobre o fim da guerra na Ucrânia com a Rússia, desprezando Kiev e nações europeias, e alertando que Washington não estaria mais focada na segurança do velho continente.

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