Trump sobre o processo de impeachment: ‘Não estou preocupado com nada’
Enquanto inquérito avança na Câmara, presidente minimiza divulgação de transcrições dos depoimentos de importantes testemunhas e chama processo de 'farsa'
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta sexta-feira, 8, que está despreocupado com o inquérito de impeachment na Câmara dos Deputados e com os depoimentos de testemunhas do caso aos democratas que comandam a investigação.
Falando na Casa Branca, Trump minimizou a divulgação das transcrições de depoimentos fornecidos por diplomatas americanos nesta semana a comitês da Câmara que investigam se o presidente republicano pressionou a Ucrânia a investigar seus rivais políticos.
Ele também criticou os democratas da Câmara por exporem o inquérito com audiências públicas televisionadas a partir da semana que vem. “Eles não deveriam estar realizando audiências públicas; isto é uma farsa”, disse, negando mais uma vez qualquer irregularidade em seu comportamento aos repórteres.
Trump acusou os democratas de procurarem pessoas que o odeiam para que deponham na investigação e disse não estar familiarizado com a maioria das testemunhas, que incluem várias autoridades do alto escalão do Departamento de Estado.
“Não estou preocupado com nada. Os depoimentos foram todos ótimos. Quer dizer, a maior parte, eu nem ouvi falar destas pessoas. Não faço ideia de quem são”, afirmou.
Os democratas que conduzem a investigação na Câmara ainda esperam ouvir os depoimentos de algumas testemunhas a portas fechadas, inclusive do chefe de gabinete interino da Casa Branca, Mick Mulvaney, que é o principal assessor de Trump e também diretor do Escritório de Administração e Orçamento (OMB) da Casa Branca.
Mulvaney foi intimado a depor na noite de quinta-feira, mas não apareceu nesta sexta-feira. Seu advogado informou aos investigadores que seu cliente foi instruído pela Casa Branca a não obedecer a intimação e alegou que sua “imunidade absoluta” o protege em casos como esse, disse um assessor parlamentar.
Mark Sandy, diretor-associado de programas de Segurança Nacional da OMB, também foi convocado a depor e não compareceu.
A Casa Branca disse anteriormente que não cooperará com a investigação do Congresso, desencadeada por uma queixa de um delator a respeito de uma conversa telefônica de 25 de julho entre Trump e o presidente ucraniano, Vladimir Zelensky.
Parlamentares queriam interrogar as duas autoridades a respeito de seu conhecimento da decisão tomada pelo OMB no verão passado de bloquear, sem explicação ao Congresso, quase 400 milhões de dólares de ajuda à Ucrânia que havia sido aprovada por parlamentares.
Investigadores tentam determinar se Trump condicionou a liberação da ajuda à abertura de uma investigação pela Ucrânia contra o ex-vice-presidente e pré-candidato presidencial democrata Joe Biden e seu filho Hunter Biden.