Trump quer arbitragem com ex-assessora que o denuncia como racista
Omarosa Manigault Newman publica hoje livro sobre sua experiência de trabalho com o presidente; ele a chamou de "cadela" e de "louca"
A equipe de campanha eleitoral do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, abriu um processo arbitral contra a ex-assessora Omarosa Manigault Newman, sob a acusação de que ela violou um termo de confidencialidade assinado por ambas as partes, informou nesta terça-feira 14 a imprensa americana.
“‘Donald Trump for President, Inc’ entrou com uma ação contra Manigault Newman na Associação Americana de Arbitragem (AAA) em Nova York por ter rompido com o acordo de confidencialidade de 2016 com a campanha de Trump”, afirmou em comunicado um representante da parte denunciante.
A AAA é uma organização sem fins lucrativos que se dedica à resolução de disputas de indivíduos e organizações que buscam solucionar conflitos fora dos tribunais. Não está claro qual o acordo que Trump e seus aliados pretendem obter com Newman nessa entidade arbitral.
O caso foi apresentado depois que a ex-assessora de Trump, que foi demitida no final do ano passado e publicou gravações de conversas reservadas mantidas com ele na Casa Branca. Newman também o acusou de ter se valido repetidamente de expressões ofensivas ao referir-se à comunidade negra dos Estados Unidos e a estrangeiros.
O livro de Newman sobre sua experiência com Trump, Unhinged (Desequilibrado, em português), começou a ser vendido nesta terça-feira nos Estados Unidos. Em entrevista à rede de televisão MSNBC, ela rejeitou a hipótese de ter violado o acordo de confidencialidade.
“É interessante que ele [Trump] está tentando me silenciar. Então, o que ele está tentando esconder? Do que ele tem medo?”, declarou. “Eu acho que ele deveria temer ser exposto como o misógino, o intolerante e o racista que ele é”, afirmou.
Desde o publicação das gravações feitas por Newman, Trump tem reagido muitos decibéis acima e repetidamente insultado sua ex-assessora pelo Twitter. Hoje, ele a chamou de “cadela”, “demente” e “delinquente chorona”. Ontem, referiu-se a Newman como “louca”, “impiedosa” e “não inteligente”.
A ex-assessora ganhou fama ao participar da primeira temporada do programa de televisão The Apprentice (O Aprendiz), em 2004, e foi uma das nomeações mais polêmicas do líder quando ocupou seu cargo na Casa Branca.
“O presidente Trump é conhecido por dar oportunidades às pessoas nas últimas décadas, mas o que é mau, é mau, e uma violação direta do acordo deve ser tratada e o violador deve prestar contas”, informou a empresa responsável pela campanha do presidente americano.
(Com EFE)