Trump ordena que Censo dos EUA pare de contar imigrantes ilegais
Historicamente, base de dados contabiliza todos os residentes, independentemente do status de cidadania
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta quinta-feira, 7, que planeja realizar um novo Censo que exclua imigrantes em situação irregular. A proposta pode alterar significativamente a distribuição de poder político no país, já que a base de dados define o número de cadeiras no Congresso e os votos no Colégio Eleitoral — responsáveis pela escolha do presidente.
“Pessoas que estão ilegalmente em nosso país NÃO SERÃO CONTADAS NO CENSO”, escreveu Trump em sua rede social, a Truth Social, em letras maiúsculas. A ordem foi direcionada ao Departamento de Comércio, responsável pelo Escritório do Censo. Por lei, a contagem é feita a cada dez anos. A próxima está prevista para 2030. Não está claro se o republicano pretende antecipar o levantamento ou apenas modificar suas regras.
A Constituição americana determina que o Censo inclua todas as pessoas residentes no país, independentemente da situação migratória. Durante seu primeiro mandato, Trump tentou incluir uma pergunta sobre cidadania no questionário de 2020, mas a proposta foi barrada pela Suprema Corte.
A nova ofensiva faz parte de um esforço mais amplo do Partido Republicano para reduzir a influência política de estados com grandes populações de imigrantes, como Califórnia, Texas, Flórida e Nova York. Ignorar completamente os imigrantes sem documentação poderia favorecer politicamente os republicanos, ao reduzir o peso eleitoral de estados majoritariamente democratas.
Segundo o Instituto de Políticas Migratórias, os EUA abrigavam 47,8 milhões de imigrantes em 2023, dos quais quase 75% estavam legalmente no país. Ainda assim, a presença dos que vivem sem documentação impacta diretamente na contagem populacional. Dados do Pew Research Center indicam que, se esses grupos fossem desconsiderados no último Censo, estados como a Califórnia teriam perdido ao menos uma cadeira no Congresso.
O anúncio também ocorre em meio a uma ofensiva republicana no Texas para redesenhar os distritos eleitorais com foco nas eleições legislativas de 2026. Aliado de Trump, o senador Bill Hagerty, do Tennessee, tem pressionado por regras que considerem apenas cidadãos americanos na contagem populacional. Em junho, ele reapresentou a chamada Lei de Representação Igualitária, com apoio de 18 senadores republicanos, que propõe excluir não cidadãos das estatísticas usadas para traçar os mapas eleitorais.
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