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Trump escolhe defensor de assentamentos como próximo embaixador dos EUA em Israel

Mike Huckabee serviu como pastor batista e é conhecido por defender assentamentos judeus na Cisjordânia, tidos como ilegais pela comunidade internacional

Por Da Redação
12 nov 2024, 17h47

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta terça-feira, 12, que o ex-governador do Arkansas Mike Huckabee será o próximo embaixador americano em Israel. Ele substituirá Jacob J. Lew, indicado por Joe Biden em novembro de 2023.

Hackabee é cristão e atuou como pastor após ter se formado pelo Seminário Teológico Batista do Sudoeste. Ele é conhecido por defender assentamentos israelenses na Cisjordânia, classificados como ilegais sob o direito internacional.

“Mike tem sido um grande servidor público, governador e líder na fé por muitos anos. Ele ama Israel, e o povo de Israel, e da mesma forma, o povo de Israel o ama. Mike trabalhará incansavelmente para trazer a paz ao Oriente Médio!”, disse Trump em declaração.

Hackabee passou a atuar como governador do Arkansas em 1996, depois da renúncia do seu antecessor. Ele concorreu, e venceu, ao cargo em 1998 e foi reeleito quatro anos mais tarde. Depois disso, concorreu à presidência dos Estados Unidos pelo Partido Republicano em 2008 e 2016 — ano em que Trump alcançou a Casa Branca pela primeira vez. No caso de 2016, ele desistiu da candidatura poucos meses após anunciá-la.

Histórico pró-Israel

Ele é casado com Janet, com quem teve dois filhos: David Huckabee e Sarah Huckabee Sanders, que serviu como secretária de imprensa de Trump no seu primeiro mandato. O ex-governador passou bastante tempo em Israel e esteve por trás de uma excursão pelo país através da empresa Senior Adult Travel Inc, em maio — ou seja, em meio à guerra entre Israel e o grupo palestino radical Hamas, iniciada em outubro do ano passado.

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O político de 69 anos é tido como um assíduo defensor dos assentamentos na Cisjordânia. Em entrevista antiga à emissora americana CNN, Huckabee rejeitou a ideia de uma ocupação israelense, alegando: “Não existe Cisjordânia. É Judeia e Samaria. Não existe assentamento. São comunidades, são bairros, são cidades. Não existe ocupação”. Ele, inclusive, colocou um tijolo cerimonial em um assentamento judaico na comunidade de Efrat em 2017, prometendo que um dia teria uma “casa de férias” no local.

No início do ano, o número de israelenses vivendo em assentamentos judaicos na Cisjordânia e a leste de Jerusalém ultrapassou 700 mil. Cerca de um terço dos colonos fazem parte do movimento extremista e ultrarreligioso judeu. Eles se baseiam em textos sagrados para afirmar que têm direito de viver na terra bíblica de Judeia e Samaria –o nome bíblico da Cisjordânia.

Israel capturou a região em 1967, juntamente com a Faixa de Gaza e Jerusalém Oriental, local que os palestinos buscam como o coração de um futuro Estado independente. Nas décadas seguintes, Israel construiu dezenas de assentamentos judaicos que agora abrigam cerca de 500.000 israelenses vivendo próximos de 2,5 milhões de palestinos. 

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De acordo com as convenções de Genebra sobre comportamento humanitário na guerra, é ilegal expropriar terras ocupadas para fins que não beneficiem os moradores ou realocar a população local à força. Na Cisjordânia, 18% das áreas ocupadas por Israel foram declaradas “zonas de tiro” para treinamento militar desde a década de 1970.

As comunidades palestinas que vivem nessas áreas são constantemente ameaçadas com demolições de casas e confisco de terras agrícolas porque não têm licenças de construção, emitidas pelas autoridades israelenses.

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