Trump defende indicada para comandar CIA após denúncias de tortura
Ex-diretora de uma célula de interrogatórios na Tailândia, onde se praticava a tortura, Gina Haspel cogita desistir da indicação ao cargo
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, defendeu nesta segunda-feira sua indicada para o comando da Agência Central de Inteligência CIA, Gina Haspel, depois que reportagens da imprensa americana revelaram que ela cogitou desistir da indicação devido ao seu suposto envolvimento em interrogatórios da agência que envolviam torturas.
Gina deve enfrentar uma audiência de confirmação sobre seu envolvimento nos interrogatórios na quarta-feira no Comitê de Inteligência do Senado. Neste final de semana, o jornal The Washington Post noticiou que ela propôs que seu nome fosse desconsiderado para o cargo de diretora por receio de que a audiência prejudique a CIA.
“Minha indicada a diretora da CIA altamente respeitada, Gina Haspel, passou a ser atacada porque foi dura demais com terroristas”, escreveu Trump no Twitter. “Pense nisso, nestes tempos tão perigosos, nós temos a pessoa mais qualificada, uma mulher que os democratas querem fora porque ela é muito dura com o terrorismo. Vença, Gina!”
Com uma longa carreira no serviço clandestino da CIA, onde atualmente é subdiretora, Gina dirigiu a célula de interrogatórios da agência na Tailândia, depois dos ataques do 11 de Setembro.
Críticos da indicação dela afirmam que ela atuava um programa já extinto da agência por meio do qual a CIA deteve e interrogou suspeitos da Al Qaeda em prisões secretas no exterior, usando técnicas de tortura amplamente repudiadas, como o afogamento.
Ainda assim, muitos detalhes do trabalho de Gina continuam confidenciais.
Nesta segunda-feira, o site Politico relatou que a favorita de Trump se reunirá com um trio de senadores democratas do Comitê de Inteligência antes de sua audiência de confirmação. Gina pode se tornar a primeira mulher a comandar a agência, no lugar do atual secretário de Estado, Mike Pompeo.
(Com Reuters e AFP)