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Trump contraria família de Martin Luther King Jr. e abre arquivo secreto do FBI

Liberação de documentos acontece em meio a pressão de apoiadores de Trump sobre caso Epstein

Por Flávio Monteiro
Atualizado em 22 jul 2025, 10h56 - Publicado em 22 jul 2025, 10h50

O governo dos Estados Unidos revelou ao público registros da vigilância do FBI, o serviço doméstico de inteligência e segurança, sobre o reverendo Martin Luther King Jr. A documentação — com mais de 200 mil páginas — foi divulgada na segunda-feira, 21, contrariando o desejo da família de King.

Os documentos estavam sob sigilo desde 1977, quando foram entregues à Administração Nacional de Arquivos e Registros pelo FBI. A publicação acontece em um momento no qual os apoiadores do presidente americano Donald Trump pedem a publicação de relatórios sobre outra investigação: o caso de Jeffrey Epstein, criminoso sexual condenado que teria ligações com políticos e celebridades.

Assim que iniciou seu mandato, em janeiro, Trump assinou um decreto retirando o sigilo da documentação sobre o assassinato do ativista. Em declaração ao site de notícias Axios, um amigo da família afirmou que a medida levantou preocupações sobre possíveis danos ao legado de King.

Os herdeiros de King declararam que “a divulgação dos arquivos deve ser vista em seu contexto histórico completo”, dizendo que, ao longo de sua vida, o reverendo foi alvo de “uma campanha de desinformação e vigilância invasiva, predatória e profundamente perturbadora” por parte do FBI.

Eles pediram ao público que acesse os documentos “com empatia, moderação e respeito pelo luto contínuo de nossa família”. A família teve acesso antecipado aos registros e pode revisar o material completo antes da divulgação.

“Embora apoiemos a transparência e a responsabilização histórica, nos opomos a quaisquer ataques ao legado do nosso pai ou tentativas de usá-lo como arma para disseminar mentiras”, anunciaram em um longo comunicado publicado na segunda. “Condenamos veementemente qualquer tentativa de uso indevido destes documentos com a intenção de minar o legado do nosso pai e as conquistas significativas do movimento”.

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Segundo os filhos do ativista, as ações tomadas pelo COINTELPRO (Counter Intelligence Program, ou Programa de Contrainteligência, em tradução livre) do FBI “não foram apenas invasões de privacidade, mas ataques intencionais à verdade – minando a dignidade e as liberdades dos cidadãos que lutavam por justiça, com o objetivo de neutralizar aqueles que ousavam desafiar o status quo”.

Cortina de fumaça?

No dia 15 de julho, Donald Trump rejeitou uma nova investigação sobre o caso Jeffrey Epstein, definindo o assunto como “chato” e apenas interessante para “pessoas más”. Ele também disse que apoia a publicação de arquivos “confiáveis” para calar o alvoroço causado pelos seus antigos apoiadores.

Ao longo de sua campanha presidencial, o mandatário prometeu divulgar os arquivos sobre o episódio, mas não imaginava que veria o assunto se transformar em um problema. Trump virou alvo de uma teoria da conspiração dentro da sua base política, a Make America Great Again (MAGA), de que está em uma lista secreta de pessoas que se beneficiavam do esquema de Epstein.

Epstein conviveu com milionários de Wall Street, membros da realeza (notadamente, o príncipe Andrew) e celebridades antes de se declarar culpado de exploração sexual de menores em 2008. As acusações que o levaram à prisão em 2019 ocorreram mais de uma década após um acordo judicial que o protegia. Ele foi encontrado morto por enforcamento pouco mais de um mês após ter ido parar atrás das grades.

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A relação entre Trump e Epstein é antiga. Em 2002, o republicano disse à revista New York que Epstein era “fantástico” e “muito divertido de se estar por perto”, acrescentando: “Dizem até que ele gosta de mulheres bonitas tanto quanto eu, e muitas delas são do tipo mais jovem”. Ele também contou que o conhecia há 15 anos — os dois faziam parte de círculos sociais de elite de Nova York e da Flórida.

Divulgação de documentos

Enquanto ainda era postulante a um segundo mandato na Casa Branca, Trump prometeu a seus eleitores que iria divulgar arquivos relacionados à morte de John F. Kennedy, presidente dos Estados Unidos entre 1961 e 1963.

Ao assumir o cargo, em janeiro, ele assinou um decreto retirando o sigilo das investigações sobre a morte de Kennedy, ocorrida em 63, assim como os documentos associados aos assassinatos de Martin Luther King e Robert F. Kennedy — ambos mortos em 68.

Em março, os arquivos de JFK se tornaram públicos, e alguns documentos sobre seu irmão foram divulgados em abril. Originalmente, os registros de King só seriam divulgados em 2027. Porém, a solicitação de advogados do Departamento de Justiça junto a um juiz federal fez a ordem de sigilo ser revogada antecipadamente.

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A medida deve impulsionar estudos de historiadores e jornalistas sobre o assassinato do ativista, ocorrido em 1968.

Responsabilidade pelo crime

Martin Luther King Jr foi assassinado em 4 de abril de 1968, aos 39 anos. No momento de sua morte, o ativista estava em Memphis, no Tennessee, onde ajudava trabalhadores de saneamento em greve. Em um primeiro momento, um ex-militar chamado James Earl Ray confessou ter assassinado King, sendo condenado em 1969. No entanto, ele alterou sua declaração posteriormente, afirmando ser inocente até o dia de sua morte, em 1998.

Para os filhos do ativista, Ray não era o único responsável pelo crime. Martin III e Bernice acreditam que o reverendo foi morto como parte de uma conspiração que envolvia agências governamentais. A viúva de King, Coretta Scott King, chegou a solicitar a reabertura do inquérito sobre o caso. Em 98, a divisão de direitos civis do Departamento de Justiça americano reavaliou o caso, mas afirmou não ter encontrado “nada que perturbasse a decisão judicial de 69.

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