Trump associa governo Biden a acidente aéreo nos EUA e prega cartilha antiwoke
Republicano diz que padrão de contratação na aviação era 'medíocre' nos governos democratas devido a suposto impulso por inclusão e diversidade

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, associou o acidente aéreo em Washington, D.C., em que um avião comercial da American Airlines colidiu com um helicóptero militar, às gestões democratas de Joe Biden e Barack Obama durante uma coletiva de imprensa nesta quinta-feira, 30, sugerindo que programas de incentivo à inclusão e diversidade nas contratações de agências do governo, como a Administração Federal da Aviação (FAA, na sigla em inglês), levaram à queda nos padrões de qualidade de funcionários.
Segundo as autoridades, o voo 5342 da American Airlines transportava 60 passageiros e quatro tripulantes. Três soldados estavam no helicóptero Black Hawk do Exército, e ambos explodiram em um impacto violento antes de caírem no rio Potomac. A batida aconteceu perto do Aeroporto Ronald Reagan, que opera voos nacionais, onde o jato comercial pousaria na pista 33. O presidente confirmou na coletiva que não houve sobreviventes.
“Devemos ter apenas os mais altos padrões para aqueles que trabalham em nosso sistema de aviação. Mudei os padrões de Obama, que eram muito medíocres na melhor das hipóteses, para padrões extraordinários”, disse Trump, sem citar nenhuma política específica.
“E então, quando deixei o cargo e Biden assumiu (em 2021), ele os mudou de volta para mais baixos do que nunca. Coloquei a segurança em primeiro lugar. Já Obama, Biden e os democratas colocaram a política em primeiro lugar”, ele continuou, acrescentando, “a política deles era horrível, e a política deles era ainda pior”.
Trump também chamou o secretário de Transportes do governo Biden, Pete Buttigieg, de “um desastre”, acusando-o de má gestão do departamento.
O chefe da Casa Branca, mais especificamente, culpou um “impulso de diversidade da FAA” pela suposta deterioração dos padrões de qualidade no órgão, que, segundo ele, “incluiu um foco na contratação de pessoas com deficiências intelectuais e psiquiátricas graves”. Ele nomeou um comissário interino para a FAA, Chris Rocheleau, que trabalha há 22 anos na agência e passou mais 10 anos servindo na Força Aérea.
Em sua primeira semana como presidente, Trump eliminou os programas de Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI) do Exército americano e colocou todos os funcionários do governo federal conectados a essas iniciativas em licença remunerada obrigatória. Seu vice-presidente, J.D. Vance, e o recém-empossado secretário da Defesa, Pete Hegseth, ecoaram as críticas de Trump, afirmando que os programas DEI impedem as agências federais de “ter apenas os melhores e os mais brilhantes em todas as posições possíveis”.
“Problema de piloto”
Durante seus comentários, Trump também questionou os movimentos do helicóptero Black Hawk antes de colidir com o avião da American Airlines, provocando o acidente que ele qualificou como “uma tragédia de proporções terríveis”.
“Você teve um problema de piloto, do ponto de vista do helicóptero. Quer dizer, porque era visual, era uma noite muito clara. Estava frio, mas estava tão claro como poderia ser”, disse ele. O helicóptero “tinha a capacidade de subir ou descer, tinha a capacidade de virar”, descreveu, “você poderia ter feito um milhão de manobras diferentes.”
O presidente americano acrescentou que “tudo isso vai ser estudado, mas, usando palavras senso comum, algumas coisas realmente ruins aconteceram, e algumas coisas que aconteceram não deveriam ter acontecido”.
Questionado por jornalistas, Trump esclareceu que não estava “culpando o controlador”, mas questionando a altura do helicóptero e do avião.
Ele acrescentou que uma “missão massiva de busca e resgate estava em andamento” e elogiou o trabalho de militares locais, estaduais e federais, incluindo a Guarda Costeira.