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Trump acusa Zelensky de tentar ‘desistir’ de acordo com EUA sobre minerais ucranianos

Pacto faz parte das exigências do presidente americano para Ucrânia 'pagar' pela assistência militar ao longo da guerra contra a Rússia

Por Amanda Péchy Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 31 mar 2025, 09h25 - Publicado em 31 mar 2025, 09h03

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acusou seu homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, de tentar “desistir” de assinar um acordo para dar acesso privilegiado a Washington sobre os depósitos minerais considerados “críticos” no subsolo de seu país. O pacto faz parte das cobranças do republicano por algum tipo de compensação pelos 190 bilhões de dólares (em sua conta seriam mais de 500 bilhões de dólares) destinados a fortalecer as tropas ucranianas no campo de batalha.

“Ele está tentando desistir do acordo de terras raras e se fizer isso, terá alguns problemas, grandes, grandes problemas”, disse Trump a repórteres a bordo do Air Force One.

A versão mais recente do acordo de minerais daria aos Estados Unidos acesso ao petróleo, gás e minerais da Ucrânia por meio de um fundo de investimento conjunto, que dividiria a receita entre os dois países.

Zelensky disse na sexta-feira que não assinaria o acordo se ele ameaçasse a potencial adesão da Ucrânia à União Europeia, já que surgiram relatos de que os termos poderiam ir contra as regras de soberania econômica do bloco.

O fundo

Os Estados Unidos e a Ucrânia estabeleceriam um Fundo de Investimento de Reconstrução para coletar e reinvestir receitas de fontes ucranianas, incluindo minerais, hidrocarbonetos e outros materiais extraíveis. Kiev contribuiria para o fundo com 50% da receita, subtraindo despesas operacionais, até que as contribuições atinjam a soma de 500 bilhões de dólares. Washington, por sua vez, estabeleceria um compromisso financeiro de longo prazo para o desenvolvimento de uma “Ucrânia estável e economicamente próspera”.

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Dos 50 minerais considerados críticos para os Estados Unidos, a Ucrânia tem mais de 20 espalhados pelo seu território.

+ Por que o governo Trump quer os minerais da Ucrânia?

Um fator que preocupa os céticos é o fato de os dados geológicos da Ucrânia serem baseados em mapas datados da extinta União Soviética (1922-1991). Não se sabe, portanto, o quão acessíveis serão as 17 terras-raras do país, como são chamados subconjuntos de minerais críticos que costumam aparecer em baixas concentrações, o que dificulta o processo de extração.

A China, por sua vez, já domina a técnica e está por trás de 90% do processamento global desses recursos. Tais elementos — como lítio, cobalto e níquel, que podem ser usados ​​em eletrônicos de consumo, infraestrutura de energia verde e equipamentos militares — também pairam sobre a guerra comercial de Trump, principalmente agora que ele aplicou uma tarifa de 10% a todas as importações chinesas.

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Entre os minerais críticos em solo ucraniano estão o itérbio e o lantânio. O primeiro é usado em lasers infravermelhos, reações químicas, baterias recarregáveis ​​e fibras ópticas, ao passo que o segundo está presente em baterias, vidros especiais e no refino de petróleo. O país também conta com depósitos de titânio, usado em dispositivos aeroespaciais, marítimos e médicos; lítio, vital para baterias; urânio, empregado para energia nuclear, equipamentos médicos e armas; além de grafite e manganês, utilizados ​​em baterias de veículos elétricos.

Moscou também iniciou discussões com Washington sobre seu próprio acordo de terras-raras e minerais, anunciou o Kremlin.

“Os metais de terras-raras são uma área importante para cooperação e, é claro, iniciamos discussões sobre vários metais de terras-raras e projetos na Rússia”, disse Kirill Dmitriev, chefe do fundo soberano da Rússia.

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