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Trump: Acordo do Brexit pode prejudicar relação entre EUA e Reino Unido

Presidente americano acredita que pacto firmado por Theresa May beneficia somente a UE e pode bloquear negociações comerciais dos britânicos

Por Redação
Atualizado em 27 nov 2018, 11h04 - Publicado em 27 nov 2018, 10h31

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sugeriu que o novo acordo para o Brexit firmado entre Reino Unido e União Europeia (UE) poderia prejudicar pactos econômicos entre Londres e Washington.

Em entrevista na Casa Branca, Trump disse que o acordo “é bom apenas para a UE”. “Quer dizer que o Reino Unido pode não ser mais capaz de fazer comércio com os Estados Unidos”, declarou.

Trump, que é apoiador do Brexit, afirmou também esperar que a primeira-ministra britânica Theresa May possa fazer algo para garantir que o Reino Unido negocie livremente com outras nações após sair da UE, sem interferência do bloco europeu.

Já aprovado no Conselho Europeu, o acordo do Brexit deve ser votado no Parlamento do Reino Unido em 11 de dezembro, antes de seguir para o Parlamento da UE.

O pacto prepara o caminho para a saída britânica da UE em 29 de março de 2019 e apresenta um enfoque para manter “uma cooperação o mais estreita possível”.

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Aborda tanto questões financeiras como direitos dos cidadãos, a manutenção da fronteira aberta entre Irlanda e a província britânica da Irlanda do Norte e os dispositivos para a fase de transição pós-Brexit, de 21 meses de duração.

O gigantesco texto de divórcio é acompanhado por uma breve declaração política que estabelece as bases da futura relação, incluindo questões de segurança, comerciais e migratória

Posição britânica

O governo britânico, contudo, se posicionou logo após a declaração de Trump, afirmando ser “muito claro” que Londres poderá negociar os acordos comerciais que desejar após o Brexit.

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Segundo David Lidington ministro-chefe do gabinete de May, os comentários do presidente americano “não são inesperados”. “Os Estados Unidos são um negociador duro” e estabelecer um acordo de comércio será “desafiador”, afirmou Lidington em entrevista à BBC Radio 4 nesta terça-feira (27).

“Trump sempre disse com toda a clareza que coloca os Estados Unidos em primeiro lugar”, disse. “Esperaria que a primeira-ministra britânica também coloque os interesses britânicos em primeiro lugar”, respondeu o ministro, que é defensor do Brexit.

May em apuros

O acordo firmado no final de semana, contudo, encontra muitos obstáculos no governo britânico. Por ora, as perspectivas de que seja aprovado pelo Parlamento extremamente dividido parecem ruins, já que as críticas ao pacto vêm de todos os lados.

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Em uma segunda entrevista nesta terça, David Lidington afirmou que os parlamentares rejeitariam o acordo se a votação fosse realizada hoje. “Se a votação fosse hoje, seria difícil vencer, mas acho que temos tempos entre agora e 11 de dezembro para defender nosso caso”, disse Lidington à Sky News.

O acordo firmado entre May e o Conselho Europeu é criticado por vários parlamentares de sua própria legenda, o Partido Conservador, pelos opositores do Partido Trabalhista e pelo Partido Democrático Unionista (DUP), que fazem parte da base governista.

“Nosso dever como parlamento nestas próximas semanas é examinar o acordo em detalhe, debatê-lo com respeito, ouvir nossos eleitores e decidir o que é que mais interessa a nós”, disse May em um discurso na segunda-feira na Câmara dos Comuns.

(Com Reuters e EFE)

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