Tribunal sul-coreano renova mandado de prisão contra presidente afastado
Guarda presidencial conseguiu impedir gabinete anticorrupção de cumprir mandado na semana passada, mas chefe do órgão se diz 'determinado'

Um tribunal da Coreia do Sul reemitiu, nesta terça-feira, 7, um mandado de prisão contra o presidente Yoon Suk-yeol, afastado do cargo por impeachment após uma tentativa de impor lei marcial no país, informou a agência anticorrupção de Seul nesta terça-feira, 7.
Um primeiro mandado de prisão foi emitido pela Justiça coreana na última segunda-feira, 30, a pedido do Escritório de Investigação de Corrupção para Altos Funcionários, depois que Yoon se recusou a prestar depoimento a respeito da imposição de lei marcial no país no início de dezembro. A situação é investigada como uma tentativa de golpe. O mesmo caso motivou seu afastamento pelo Parlamento.
Desde então, investigadores têm lutado para fazer cumprir o pedido de prisão. Na semana passada, policiais e agentes do gabinete anticorrupção da Coreia do Sul desistiram de prender Yoon após a guarda presidencial barrar o acesso à sua residência oficial — um impasse tenso que durou seis horas. A agência de notícias sul-coreana Yonhap informou que a equipe que tentou invadir a residência presidencial era composta de 30 pessoas do gabinete anticorrupção e 120 policiais.
Na ocasião, o chefe da unidade de investigação foi bloqueado por uma corrente humana de centenas de guardas e militares. Nesta terça-feira, ele reiterou que o Escritório de Investigação de Corrupção para Altos Funcionários continua determinado a prendê-lo.
Os advogados de Yoon entraram com uma liminar em um tribunal de Seul para anular o mandado de prisão, mas os juízes anularam o pedido no domingo, 7, disse um funcionário da corte nesta terça-feira.
O ex-ministro da Defesa de Yoon, o chefe de polícia e vários comandantes militares de alto escalão já foram presos por seus papéis na declaração da lei marcial em 3 de dezembro, que suspendeu por seis horas atividades políticas, a livre imprensa e reuniões civis não autorizadas no país para combater supostas “forças antiestatais” e “ameaças comunistas”, citando inimigos internos e a Coreia do Norte. A Assembleia Nacional logo reverteu a medida, desafiando os militares que invadiram o edifício parlamentar.
Em paralelo, duas semanas depois da imposição da lei marcial, o Parlamento votou pelo impeachment de Yoon. O Tribunal Constitucional tem 180 dias para decidir se mantém a destituição, o que desencadearia uma nova eleição presidencial, ou se restitui o cargo. Além disso, ele é investigado por insurreição em duas ações paralelas — se condenado, o crime pode acarretar em prisão perpétua ou até mesmo pena de morte.