TikTok nega que possa ser usado para rastrear cidadãos dos EUA
Rebatendo reportagem da Forbes, a empresa chinesa diz que não é capaz de coletar informações precisas de localização GPS e nunca 'mirou' os EUA
O TikTok negou, nesta sexta-feira, 21, uma reportagem que acusa uma equipe de sua empresa-mãe, a ByteDance, baseada na China, planejava usar o aplicativo para rastrear a localização de cidadãos dos Estados Unidos.
A gigante das redes sociais disse no Twitter que nunca foi usada para “mirar” o governo americano, ativistas, figuras públicas ou jornalistas. A empresa também afirmou que não coleta dados precisos de localização de usuários americanos.
Os comentários do TikTok respondem uma reportagem da revista americana Forbes, que afirma que os dados de usuários teriam sido acessados sem conhecimento ou consentimento das pessoas.
Citando documentos a que teve acesso de forma exclusiva, a Forbes informou que a ByteDance havia iniciado um projeto de monitoramento para investigar má conduta de funcionários atuais e ex-funcionários. O projeto, conduzido por uma equipe sediada em Pequim, teria planejado coletar dados de localização de um cidadão americano em pelo menos duas ocasiões.
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A reportagem disse que não está claro se os dados dos cidadãos americanos foram coletados, mas afirmou que havia um plano para obter dados de localização dos dispositivos dos usuários.
Em uma série de tuítes, a equipe de comunicação do TikTok disse que a reportagem carece de “rigor e integridade jornalística”, acrescentando que “a Forbes optou por não incluir a parte de nossa declaração que refutou a viabilidade de sua alegação principal: o TikTok não coleta informações precisas de localização GPS de usuários dos Estados Unidos, o que significa que o TikTok não poderia monitorar usuários dos Estados Unidos da maneira sugerida pelo artigo”.
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Desenvolvedores de aplicativos estão sob escrutínio de autoridades em todo o mundo, especialmente sobre os dados de militares e de inteligência. Em 2020, um painel de segurança nacional dos Estados Unidos ordenou que a ByteDance vendesse os negócios americanos do TikTok, devido a preocupações de que os dados dos usuários pudessem ser passados para o governo chinês.
O TikTok disse que migrou as informações dos usuários dos Estados Unidos para servidores da Oracle, com sede em Austin, em junho, para resolver alguns problemas regulatórios. Enquanto isso, o TikTok ainda enfrenta uma multa de US$ 30 milhões no Reino Unido, por não proteger a privacidade das crianças que usam a plataforma.
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No mês passado, o Gabinete do Comissário de Informação do Reino Unido descobriu que a plataforma de compartilhamento de vídeo pode ter processado os dados de menores de 13 anos sem o consentimento apropriado. O órgão de vigilância disse que a violação ocorreu ao longo de mais de dois anos – até julho de 2020 –, mas que ainda não havia tirado conclusões finais.
O TikTok é a rede social que mais cresce no mundo, e o aplicativo foi baixado mais de 3,9 bilhões de vezes. Sua receita bruta já soma mais de US$ 6,2 bilhões desde seu lançamento em 2017, de acordo com a empresa de análise Sensor Tower.