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Explosão em Beirute: ‘Terror’, resume carioca que teve casa destruída

Gabriel Naumann, de 31 anos, mora a 1,5 km do local da detonação na capital libanesa; incidente deixou ao menos 50 mortos e 2.500 feridos

Por Julia Braun Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 ago 2020, 16h55 - Publicado em 4 ago 2020, 16h50

O brasileiro Gabriel Naumann, de 31 anos, estava na varanda de seu apartamento, a 1,5 quilômetros do porto de Beirute, quando ouviu a explosão que abalou a cidade nesta terça-feira, 4. “Foi tudo muito rápido, só tive tempo de pegar meu cachorro e correr para o corredor da casa para me proteger antes do segundo estrondo”, conta o carioca, que está no Líbano a trabalho há seis meses e não se feriu.

“Meu maior medo naquele momento era que as explosões continuassem, quem sabe bem em cima da nossa casa”, diz Gabriel, que mora com seu parceiro em um apartamento no sétimo andar de um prédio no bairro de Achrafieh. “Foi um terror total”.

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O apartamento do carioca ficou parcialmente destruído com a força da explosão. O vidro e a estrutura da janela da sala foram totalmente arrancados, assim como a porta de entrada. “Tudo caiu: as janelas, plantas, móveis. A porta de entrada de vários apartamentos explodiu”, relata Gabriel, que filmou o estado da casa após o incidente. “Já se passaram quase seis horas da explosão e ainda estou catando vidros pelo chão e não param de passar ambulâncias e helicópteros”.

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A cidade de Beirute foi atingida na tarde desta terça por uma grande explosão, levantando bolas de fogo e colunas de fumaça gigantescas e afetando construções a quilômetros de distância. A primeira detonação aconteceu às 18h10 do horário local e foi seguida logo depois de um segundo estrondo, ainda maior, no mesmo local.

Ainda não se sabe ao certo o que motivou o incidente, que ocorreu na zona portuária da capital, e se outras explosões aconteceram em Beirute. Segundo autoridades locais, o incidente deixou ao menos 50 mortos, além de cerca de 2.500 feridos.

Logo após o incidente, levantou-se a possibilidade de tratar-se de uma explosão em um armazém de fogos de artifício. Nas redes sociais, porém, moradores relatam terem ouvido sons de drones e caças. Nenhuma informação foi confirmada, mas a sensação de medo toma muitos dos habitantes de Beirute.

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“Estou bem agora, mas ainda processando o que houve. Meu cachorro está até agora assustado em um canto”, conta Gabriel, cuja rua ficou lotada de detritos da destruição causada pela explosão. “É um momento muito instável para o Líbano, com a crise econômica, a segunda onda de Covid-19 e toda a instabilidade na região”, diz.

O Líbano vive hoje uma situação política, social e econômica grave. Após protestos em 2019, um novo governo foi formado com a proposta de implementar medidas que salvassem o país da crise. Além disso, as explosões ocorrem na mesma semana em que o Tribunal Especial para o Líbano (TSL), com sede em Haia, apoiado pelo governo e pela Organização das Nações Unidas (ONU) dará o veredito sobre o assassinato do ex-primeiro-ministro Rafic Hariri, em 2005.

O presidente do Líbano, Michel Aoun, convocou uma reunião de emergência com seu gabinete para esta terça-feira. O governo também decretou um dia de luto nacional na quarta, em respeito às vítimas.

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