Terremoto no Tibete mata ao menos 126 pessoas; mais de 180 ficaram feridas
Epicentro foi a cerca de 80 km do Monte Everest e centenas de casas foram destruídas; governo mobiliza 1.500 bombeiros para operações de resgate
Um terremoto de magnitude 6,8 atingiu o sopé do Himalaia, na região montanhosa do Tibete, nesta terça-feira, 7, matando pelo menos 126 pessoas. Mais de 180 ficaram feridas e centenas de casas foram destruídas.
O epicentro do terremoto foi a cerca de 80 km do Monte Everest, no condado de Tingri, segundo o Centro de Redes de Terremotos da China. Tremores também sacudiram edifícios nos vizinhos Nepal, Butão e Índia. A televisão estatal da China informou que só houve relatos de mortes do lado tibetano.
O Serviço Geológico dos Estados Unidos, por sua vez, estimou a magnitude do terremoto em 7,1.
O impacto do tremor foi sentido em toda a região de Shigatse, no Tibete, lar de 800.000 pessoas. A área é administrada pela cidade de Shigatse, a sede tradicional do Panchen Lama, uma das figuras mais importantes do budismo tibetano.
Há três municípios e 27 vilas a 20 km do epicentro, com uma população total de cerca de 6.900, e mais de 1.000 casas foram danificadas, informou a agência de notícias chinesa Xinhua.
O Dalai Lama, líder espiritual do Tibete que fugiu de sua terra natal em 1959 depois que ela foi tomada pela China, disse que estava profundamente triste.
“Ofereço minhas orações por aqueles que perderam suas vidas e estendo meus desejos de uma rápida recuperação a todos os que foram feridos”, disse o ganhador do Nobel da paz em uma declaração.
Já o presidente chinês, Xi Jinping, disse que todos os esforços de busca e resgate devem ser realizados para reduzir o número de vítimas e realocar as pessoas afetadas. Mais de 1.500 bombeiros e equipes de resgate foram mobilizados para as áreas afetadas e 22.000 itens, como tendas, casacos, colchas e camas dobráveis, também foram enviados ao local.
Monte Everest
O parque nacional onde está a montanha mais alta do mundo atrai entre 50.000 e 100.000 visitantes por ano, mas o inverno do Hemisfério Norte não é uma estação ideal para alpinistas e praticantes de trekking nas trilhas do Nepal.
Um alemão era o único montanhista com permissão para escalar o Everest no momento do terremoto, mas ele já havia deixado o acampamento base após não conseguir chegar ao cume, informou Lilathar Awasthi, funcionário do departamento de turismo.
A China fechou a região do Everest para turistas após o terremoto, segundo a agência de notícias chinesa Xinhua.
Aldeias em Tingri, considerada a porta de entrada norte para a região do Everest, onde a altitude média é de cerca 5.000 metros, relataram fortes tremores durante o abalo sísmico. Depois, ocorreram mais de 150 tremores secundários, com magnitudes de até 4,4.
Área sensível
As partes do sudoeste da China, Nepal e norte da Índia são frequentemente atingidas por terremotos causados pela colisão das placas tectônicas indiana e eurasiana.
Desde 1950, houve 21 terremotos de magnitude 6 ou mais, no que é conhecido como Bloco de Lhasa, o maior dos quais foi o terremoto de magnitude 6,9 em Mainling em 2017, de acordo com a emissora estatal chinesa CCTV.
Um tremor de magnitude 7,8 abalou áreas perto da capital do Nepal, Katmandu, em 2015, matando cerca de 9.000 pessoas e ferindo milhares. Até hoje, esse é considerado o pior terremoto do país. Entre os mortos estavam pelo menos 18 pessoas no acampamento base do Everest, que foram soterradas por uma avalanche.
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