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Também inelegível, Bolsonaro diz que decisão contra Le Pen é ‘ativismo judicial de esquerda’

Líder da extrema direita francesa e um dos principais nomes para eleição de 2027 na França foi inabilitada após condenação por desvio de recursos públicos

Por Amanda Péchy Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 31 mar 2025, 14h00

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) adicionou sua voz ao coro de representantes da extrema direita internacional que condenaram a inabilitação de Marine Le Pen a concorrer a cargos públicos, após a líder radical da França ser considerada culpada de desvio de recursos públicos. Em entrevista à agência de notícias Reuters nesta segunda-feira, 31, ele definiu a decisão do Tribunal Penal de Paris como “ativismo judicial de esquerda”.

“Esta decisão é claramente ativismo judicial de esquerda. Onde quer que a direita esteja presente, a esquerda e o sistema trabalharão para tirar seus oponentes do jogo”, disse Bolsonaro, também inelegível mediante decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

“Aqui (no Brasil) e na França, isso é pura guerra jurídica”, acrescentou na entrevista à Reuters. “Parece que esse movimento está se espalhando pelo mundo. A esquerda encontrou uma maneira fácil de se perpetuar no poder usando o ativismo judicial”.

A ultradireita francesa e de outros países europeus, incluindo Itália, Espanha e Holanda, se uniu para condenar a decisão como um “exagero judicial”. O líder do partido de Le Pen, o Reagrupamento Nacional, Jordan Bardella, afirmou que “a democracia francesa foi executada” com a condenação “injusta”.

A notícia foi recebida no Brasil uma semana após o Supremo Tribunal Federal (STF) tornar Bolsonaro réu por uma suposta conspiração para cometer um golpe após perder a eleição de 2022 para Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Se for considerado culpado no processo judicial, pode enfrentar uma longa pena de prisão.

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Ele negou quaisquer irregularidades e acusou o caso de ser baseado em motivações políticas. Em 2023, Bolsonaro já havia sido impedido de concorrer a cargos públicos até 2030 por abuso de poder.

Entenda o caso

O Tribunal Penal de Paris considerou Le Pen, outras oito pessoas que eram legisladores da União Europeia na época dos crimes e doze assistentes parlamentares culpados de desvio de fundos da União Europeia. Os réus não foram acusados ​​de embolsar o dinheiro, mas sim de usar fundos do bloco em benefício de seu próprio partido.

“Foi estabelecido que todas essas pessoas estavam realmente trabalhando para o partido, e que seu legislador (da UE) não havia dado a elas nenhuma tarefa”, declarou a juíza Bénédicte de Perthuis, presidente do tribunal. “As investigações também mostraram que esses não foram erros administrativos, mas desvio de fundos dentro da estrutura de um sistema estabelecido para reduzir os custos do partido.”

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Ela também afirmou, na leitura da sentença, que as investigações “mostraram que não se trata de erros administrativos, mas de apropriação indébita dentro da estrutura de um sistema criado para reduzir os custos do partido”.

Le Pen, que estava sentada na primeira fila do tribunal no momento, foi vista balançando a cabeça da direita para a esquerda, indicando dizer “não” enquanto ouvia a sentença. Ela deixou a corte antes da leitura acabar. Além da inelegibilidade, ela também foi condenada a quatro anos de prisão, com possibilidade de cumprimento em regime de prisão domiciliar e tornozeleira eletrônica, e uma multa de 100 mil euros.

“O tribunal levou em consideração, além do risco de reincidência, a grande perturbação da ordem pública se uma pessoa já condenada fosse candidata à eleição presidencial”, acrescentou de Perthuis.

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