Talibã realizou massacre contra minoria étnica, denuncia ONG
A Anistia Internacional indicou que as brutalidades podem representar "uma fração mínima" do total das que foram causadas pelos insurgentes até domingo
Soldados do Talibã realizaram no mês passado “um massacre” contra homens da minoria étnica hazara, na província de Ghazni, na região central do Afeganistão, segundo uma denúncia divulgada pela organização Anistia Internacional (AI) nesta sexta-feira, 20.
A organização humanitária indicou, por meio de comunicado, que investigou o caso, e que testemunhos de pessoas da região apontam para os assassinatos de nove homens, ocorridos entre os dias 4 e 6 de julho, no povoado de Mundarakht, no distrito de Malistan. De acordo com a AI, as seis vítimas morreram por causa de ferimentos feitos à bala, enquanto três não resistiram às torturas a que foram submetidos.
“A brutalidade e o sangue frio destes assassinatos relembram o histórico dos talibãs é um espantoso indicador do que poderia acontecer em um governo talibã”, afirmou Agnès Callamard, secretária-geral de Anistia Internacional. “Estes homicídios seletivos são a prova de que as minorias étnicas e religiosas seguem correndo um risco especial sob o governo talibã no Afeganistão”, completa a nota.
A organização indicou que as denúncias brutais divulgadas pela organização podem representar “uma fração mínima” do total das que foram causadas pelos insurgentes até domingo 15, quando conseguiram tomar o controle de Cabul, por consequência, chegar ao poder no país asiático. Além disso, a AI destacou que em muitas regiões que foram tomadas pelo grupo rebelde, houve corte no serviço de telefonia móvel e as fotografias e vídeos divulgados na região passaram a ser gerenciados pelo grupo.
Por causa disso, a AI cobrou que o Conselho de Segurança da ONU adote “uma resolução de emergência”, exigindo que os talibãs garantam a segurança de toda a população afegã, independente de etnia e de crenças religiosas.
(Com EFE)