Talibã ordena retorno da sharia, que permite tortura e execuções
Nova regra no Afeganistão prevê implementação de execuções e amputações públicas por crimes como adultério e roubo
O líder supremo do Afeganistão, Hibatullah Akhundzada, ordenou nesta segunda-feira, 14, a implementação integral da lei islâmica que inclui punições severas como execuções públicas, apedrejamentos, açoites e amputação de membros.
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O porta-voz do governo Talibã, Zabihullah Mujahid, publicou em seu Twitter que a decisão foi tomada após uma reunião do chefe do grupo fundamentalista com juízes afegãos. Segundo ele, a ordem é que os magistrados apliquem sentenças baseadas na sharia, conjunto de normas derivado de orientações do Alcorão, livro sagrado do islamismo.
“Torna-se obrigatória a aplicação da sharia sobre ladrões, sequestradores e sediciosos”, escreveu o porta-voz do regime.
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Os crimes regidos pela regra também incluem assassinatos, agressão física, adultério, ingerir álcool, abandono da vida religiosa e rebelião. A lei também permite que as famílias das vítimas aceitem compensação em vez das punições severas sobre o criminoso.
O Talibã prometeu uma versão mais branda do regime severo após retomar o poder do Afeganistão, em agosto do ano passado. Contudo, o governo tem se tornado cada vez mais rígido, gradualmente reprimindo direitos e liberdades.
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As mulheres, em particular, viram os direitos duramente conquistados evaporarem nos últimos meses e estão cada vez mais sendo expulsas da vida pública.
Na semana passada, o Talibã proibiu pessoas do gênero feminino de frequentarem parques e banheiros públicos, parques de diversões e academias.
A maioria das funcionárias do governo perdeu seus empregos enquanto as mulheres também são impedidas de viajar sem um parente do sexo masculino e devem se cobrir com uma burca ou hijab quando estiverem fora de casa.