Taiwan está em alerta para ‘entrada repentina’ de militares chineses
Ministro da Defesa taiwanês afirmou que Pequim está fazendo 'preparativos' para invadir a ilha neste ano
O ministro da Defesa de Taiwan, Chiu Kuo-cheng, afirmou nesta segunda-feira, 6, que a ilha deve estar preparada para a “entrada repentina” de militares chineses em áreas próximas ao seu território. A declaração ocorre em um contexto de aumento das tensões militares entre Pequim e Taipei ao longo do Estreito de Taiwan.
Taipei declarou que ainda não foi registrado nenhum incidente de forças chinesas entrando em sua zona contígua, que fica a cerca de 44 quilômetros da sua costa. Porém, um drone civil foi abatido depois de entrar em seu espaço aéreo perto de uma ilhota na costa chinesa em 2022.
Segundo Chiu, o Exército Popular de Libertação da China pode estar planejando justificativas para entrar em espaços marítimos e aéreos próximos do território de Taiwan. A preocupação de Taipei é que militares chineses entrem na zona contígua de Taiwan e se aproximem do seu espaço territorial, definido como cerca de 19 quilômetros da sua costa.
“(Eu) faço esses comentários especificamente este ano, o que significa que eles estão fazendo tais preparativos”, disse Chiu. “No futuro, eles usariam a força se realmente precisassem.”
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Ainda sobre as preocupações de Taipei, Chiu relatou que a China envia cerca de 10 aviões ou navios para áreas próximas a Taiwan por dia. Alguns desses equipamentos cruzam a linha mediana do Estreito de Taiwan, que tradicionalmente serviu como um limite não oficial entre as nações.
A China intensificou suas atividades militares em torno de Taiwan. Em 2022, os chineses realizou exercícios militares sem precedentes em torno da ilha depois da visita da então presidente da Câmara dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, à Taipei.
Em resposta as acusações de Chiu, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, disse que “tomará medidas firmes para defender sua soberania e integridade territorial”. Em contraponto, Taiwan promete exercer seu direito de autodefesa e contra-atacar as forças chinesas, caso entrem em seu território.
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Os Estados Unidos são o fornecedor internacional de armas mais importante de Taiwan e o crescente apoio dos americanos à ilha está aumentando as tensões na região. Segundo o ministro da Defesa taiwanês, existem discussões sobre o armazenamento de equipamento militar de Washington em Taipei.
A China condena a presença americana na região e reivindica Taiwan como parte do seu território. Militares chineses não rejeitam o uso da força para assumir o controle da ilha, caso seja necessário. O governo taiwanês rejeita essas reivindicações e afirma que somente seu povo pode decidir seu futuro.