Namorados: Assine Digital Completo por 1,99

Supremo do Japão declara inconstitucional lei de esterilização à força

Decisão obriga governo a pagar indenizações a 39 pessoas submetidas a operações sem seu consentimento com base em regulamentação já extinta

Por Da Redação
3 jul 2024, 12h39

A Suprema Corte do Japão declarou nesta quarta-feira, 3, inconstitucional uma lei já extinta que permitiu que milhares de pessoas fossem esterilizadas à força no país para “prevenir uma geração de descendentes de baixa qualidade”. A decisão obriga o governo a pagar indenizações a 39 pessoas que foram submetidas a procedimentos do tipo sem seu consentimento e levaram seus casos à Justiça.

O governo japonês argumentava que as vítimas não tinham mais o direito de exigir reparações porque o prazo de prescrição do crime, de 20 anos, já havia expirado. No entanto, o tribunal superior acatou o pedido das vítimas e todos os 15 juízes da Suprema Corte afirmaram que a legislação violava o artigo 13 da Constituição, que proíbe procedimentos fisicamente invasivos sem consentimento, e o artigo 14, que estipula o direito à igualdade.

A lei de proteção eugênica, que permaneceu em vigor entre 1948 e 1996 no Japão, autorizava os médicos a realizarem esterilizações forçadas em pessoas com doenças e distúrbios genéticos e mentais. O governo do país reconheceu que 16.500 pessoas, inclusive crianças, foram submetidas a operações forçadas, enquanto outras 8.500 que aceitaram os procedimentos provavelmente o fizeram por pressão.  

Luta das vítimas

Em 2018, uma mulher de 60 anos processou o governo pedindo uma indenização por uma cirurgia à qual ela foi submetida aos 15 anos, devido a uma deficiência intelectual. O caso motivou diversas outras vítimas a abrirem processos similares contra as autoridades japoneses. 

Em resposta, em 2019, foi aprovada uma legislação estabelecendo um pagamento único de 3,2 milhões de ienes (cerca de R$ 110,6 mil na cotação atual) para cada vítima. No entanto, o valor foi considerado insuficiente pelos sobreviventes, que recorreram novamente à Justiça. 

Continua após a publicidade

Nesses casos, cinco tribunais superiores estipularam o aumento das indenizações para até 16 milhões de ienes (cerca de R$550 mil) para cada vítima, além de 2,2 milhões de ienes (cerca de R$76 mil hoje) aos seus cônjuges, em caso de morte. 

O governo se desculpou “de todo o coração” pela lei depois que a primeira vítima entrou com um processo contra o Estado.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

OFERTA RELÂMPAGO

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
Apenas R$ 1,99/mês*

Revista em Casa + Digital Completo

Receba 4 revistas de Veja no mês, além de todos os benefícios do plano Digital Completo (cada revista sai a partir de R$ 7,48)
A partir de 29,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$23,88, equivalente a R$ 1,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.