Suprema Corte russa define batalhão da Ucrânia como grupo ‘terrorista’
Decisão permitirá que soldados capturados sejam julgados sob rigorosas leis e sentenciados com até a 20 anos de prisão
O mais alto tribunal da Rússia classificou nesta terça-feira, 2, o Regimento Azov da Ucrânia como um grupo terrorista. A unidade militar, que integra a Guarda Nacional ucraniana, vem sendo criticada por sua origem ultranacionalista e por exibir símbolos nazistas.
De acordo com a agência de notícias Reuters, a decisão da Suprema Corte russa irá permitir que prisioneiros de guerra sejam julgados sob leis antiterrorismo, mais rigorosas que as convencionais. Por meio desse instrumento legal, os soldados podem ser sentenciados com penas de até 20 anos de prisão.
Anteriormente baseado na cidade portuária de Mariupol, no leste da Ucrânia, muitos dos membros do batalhão foram capturados quando a cidade foi dominada pelas forças russas em maio, após um cerco de quase três meses na região.
+ Quase 1.000 ucranianos se renderam na siderúrgica em Mariupol, diz Rússia
Na ocasião, grupos separatistas pró-Moscou, que controlam a região do Donbas, afirmaram que os combatentes do Azov poderiam enfrentar a pena de morte sob as leis da autoproclamada República Popular de Donetsk.
+ Soldados ucranianos de Mariupol serão julgados em república pró-Rússia
+ Em Donbas, forças russas impõem primeira derrota militar de peso à Ucrânia
O Regimento Azov foi fundado em 2014 por militares de extrema-direita com o objetivo de lutar contra soldados separatistas pró-Rússia que se estabeleceram no leste ucraniano, após Moscou ocupar e anexar a península da Crimeia.
Apesar de ser elogiada por parte dos cidadãos ucranianos, a organização, atualmente integrada às Forças Armadas de Kiev, é criticada por exibir símbolos nazistas, como o Wolfsangel, usado por divisões de infantaria da SS, polícia do estado nazista alemão, e o Sol Negro, presente no logotipo da SS.
A Rússia cita regularmente as raízes extremistas do batalhão para sustentar seu argumento de que a Ucrânia é controlada por “fascistas”, justificativa que usa para legitimar sua invasão.