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Sobe para oito o número de mortos em confronto na Bolívia

Enfrentamento perto de Cochabamba envolveu manifestantes pró-Evo Morales e forças policiais; ex-presidente condenou 'massacre'

Por Redação
16 nov 2019, 14h38

Subiu para oito o número de mortos no confronto entre manifestantes pró-Evo Morales e policiais na Bolívia, informaram fontes médicas locais às agências de notícias. O enfrentamento ocorreu perto da cidade de Cochabamba, na região central do país, e deixou dezenas de feridos. Militares e policiais tinham levantado um bloqueio na ponte Huayllani para evitar que os cocaleiros do Chapare, reduto de Evo, entrassem na cidade e, segundo as autoridades, os confrontos começaram quando os indígenas forçaram a passagem.

A maioria dos mortos e feridos foi baleada, disse Guadalberto Lara, diretor do Hospital México, à Associated Press. Ele classificou o episódio como a pior violência que já viu em seus 30 anos de carreira. Manifestantes e parentes das vítimas se reuniram no local dos tiroteios neste sábado, 16, gritando “Guerra civil, agora!”.

Nelson Cox, da Defensoria do Povo de Cochabamba, pediu investigação para apurar responsabilidades.

Do México, onde está asilado, o ex-presidente boliviano condenou a ação e pediu que as autoridades do país “parem o massacre”. “Denuncio ao mundo que o regime golpista que tomou o poder por assalto em minha querida Bolívia reprime com balas das Forças Armadas e da polícia o povo que pede pacificação e a reposição do estado de direito”, escreveu Evo em seu Twitter.

O ex-presidente ainda classificou como “ditadura” o governo da presidente interina Jeanine Áñez, citando também os opositores Carlos Mesa e Luis Fernando Camacho. “Para justificar o golpe, Mesa e Camacho nos acusaram de ‘ditadura’. Agoram sua ‘presidenta’ autoproclamada e seu gabinete de advogados defensores de violadores e repressores, massacra o povo com as Forças Armadas e a polícia como a verdadeira ditadura”, comentou.

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A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) condenou em um comunicado o “uso desproporcional da força policial e militar”, enquanto confirmou os cinco mortos. A CIDH informou ainda que “as armas de fogo devem estar excluídas dos dispositivos utilizados pelo controle dos protestos sociais”.

O comandante da polícia de Cochabamba, por sua vez, acusou os manifestantes de portar armas de fogo, bombas caseiras e coquetéis molotov. “Estão usando dinamite e armamento letal como (fuzis) Mauser 765. Nem as forças armadas, nem a polícia têm esse calibre, por isso estou alarmado”, disse o coronel Jaime Zurita.

(Com Estadão Conteúdo e Reuters)

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