Sob liderança de Mitsotakis, conservadores voltam ao poder na Grécia
Atual primeiro-ministro, Alexis Tsipras, já reconheceu a derrota em telefonema ao rival
Os conservadores liderados por Kyriakos Mitsotakis obtiveram uma clara vitória neste domingo nas eleições legislativas na Grécia. De acordo com resultados parciais, com a apuração de 80% dos centros de votação, o partido Nova Democracia (ND) de Mitsotakis obtia quase 40% dos votos, em comparação a pouco mais de 31% do grupo do atual primeiro-ministro, Alexis Tsipras.
“Um círculo doloroso se encerra hoje”, disse Mitsotakis em mensagem televisionada. “Não vou trair as esperanças de vocês”, acrescentou. Tsipras reconheceu sua derrota para Mitsotakis em um telefonema para felicitá-lo, segundo informou o gabinete do chefe de governo.
Caso o resultado se confirme, o Nova Democracia teria uma maioria de 158 legisladores sobre um total de 300 cadeiras. O partido Syriza, de Tsipras, ficaria com 86 das 144 que tem no parlamento atual. O restante ficaria com os pequenos partidos, que precisam de pelo menos 3% dos votos para entrar no parlamento.
O jovem líder de esquerda radical Alexis Tsipras emergiu levando esperanças em pleno caos na Grécia devido à crise da dívida e às políticas de austeridade imposta por seus credores. Entretanto, depois de ter se reeleito primeiro-ministro mais jovem da Grécia em 150 anos em setembro de 2015, os 10 milhões de gregos convocados às urnas optaram pela alternância.
O partido MeRA25 do ex-ministro das Finanças, Yanis Varoufakis, poderia obter nove legisladores. Outro dos novos partidos que entrariam no parlamento seria o nacionalista Solución Griega.
Após o duro fracasso nas eleições europeias e locais, entre final de maio e começo de junho, Tsipras, cujo mandato terminaria oficialmente em outubro, antecipou as eleições, na esperança de contornar a onda de descontentamento. Acostumado a colocar sua maioria em jogo, Tsipras dessa vez perdeu a aposta.
Três anos depois de ter assumido o controle do partido conservador, Kyriakos Mitsotakis, considerado um reformista e próximo ao mundo dos negócios, prometeu “relançar a economia” e “deixar a crise para trás”. Filho de um primeiro-ministro, descendente de uma grande dinastia política, a eleição de Mitsotakis significa um retorno da “familiocracia” no governo grego, uma tradição que Alexis Tsipras interrompeu ao chegar ao poder.