Último Mês: Veja por apenas 4,00/mês
Continua após publicidade

Sindicatos iniciam greve geral no Chile apesar de concessões do governo

Organizações criticam decisão de Sebastián Piñera de colocar o país em estado de emergência e usar militares para controlar as manifestações

Por Da Redação
23 out 2019, 09h17

Os principais sindicatos e movimentos sociais do Chile convocaram para esta quarta-feira e quinta-feira, 23 e 24, uma greve geral que ameaça aprofundar os protestos que abalam o país há seis dias, apesar do presidente Sebastián Piñera ter apresentado um pedido de desculpas e anunciado medidas para tentar conter o conflito social.

“A GREVE! Afirmamos de maneira forte e clara: Basta de aumentos e abusos!”, anunciou no Twitter a Central Unitária dos Trabalhadores (CUT), o sindicato mais influente do Chile.

A greve foi convocada por várias organizações de trabalhadores e estudantes, que criticam a decisão de Piñera de colocar o país em estado de emergência e ordenar toque de recolher. Também condenam o uso de militares para controlar as manifestações, incêndios e saques registrados em Santiago e outras cidades que deixaram 15 mortos – incluindo um peruano e um equatoriano -, na mais grave onda de violência no Chile em três décadas.

“Demandamos ao governo restituir a institucionalidade democrática, que em primeiro lugar significa acabar com o estado de emergência e devolver os militares a seus quartéis”, afirma um comunicado divulgado pelos movimentos sociais na terça-feira 22.

Continua após a publicidade

Em Santiago, os sindicalistas pretendem se reunir na Praça Itália, epicentro dos protestos. Trabalhadores da área de saúde também devem se unir aos protestos, enquanto os funcionários dos portos pretendem paralisar as cidades costeiras do país.

Das 15 vítimas fatais, quatro morreram por tiros disparados pelas forças de segurança. As outras faleceram em meio a incêndios e saques, de acordo com a Promotoria.

Os sindicatos aderiram ao descontentamento social instalado no Chile, um dos países mais desiguais do mundo.

Continua após a publicidade

O estopim dos protestos foi o aumento – depois suspenso – de 3,75% do preço da passagem de metrô em Santiago, mas que resultou em um movimento muito maior, que apresenta outras demandas sociais: sobretudo as aposentadorias muito reduzidas do sistema privado, que permanece como herança da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990).

Uma pesquisa divulgada nesta quarta-feira pelo instituto Ipsos mostra que 67% dos entrevistados “se cansaram de suas condições de vida nas áreas econômica, de saúde e aposentadoria”, que consideram “desiguais e injustas”.

Abalado pela indignação popular, o presidente do Chile, Sebastián Piñera, pediu desculpas na noite de terça-feira por sua falta de visão para antecipar a crise que atinge seu governo e anunciou uma série de medidas sociais.

“Reconheço essa falta de visão e peço desculpas aos meus compatriotas”, disse o presidente em uma mensagem ao país no Palácio Presidencial de La Moneda, num momento em que os maiores protestos sociais em décadas não estão diminuindo de intensidade em todo o país.

“Diante das necessidades legítimas e das demandas sociais dos cidadãos, recebemos com humildade e clareza a mensagem que os chilenos nos deram”, disse o chefe de Estado em um pronunciamento que deu uma virada radical no tom de confronto com os manifestantes dos últimos dias e que havia elevado o clima de tensão nas ruas do país.

Continua após a publicidade

Entre as principais medidas, Piñera anunciou uma renda mínima garantida, com o Estado complementando em 15% os salários mais baixos, para elevá-los a 350.000 pesos (1.970 reais) “para todos os trabalhadores com jornada completa (…)” quando o valor recebido for inferior.

Piñera também anunciou a criação de um mecanismo de estabilização dos preços da energia elétrica, que anulará a recente alta de 9,2% nas contas de luz, “retornando ao valor das tarifas elétricas ao nível do primeiro semestre deste ano”.

O presidente propôs ainda um seguro para a compra de medicamentos, em um país onde os gastos com saúde das famílias se situam entre os mais altos dos países da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômicos (OCDE).

Continua após a publicidade

Apelo do papa

O papa Francisco expressou nesta quarta-feira sua preocupação com a situação no Chile e fez um apelo por diálogo, ao fim da audiência geral na Praça de São Pedro.

“Espero que, uma vez encerradas as manifestações violentas, sejam feitos esforços através do diálogo para encontrar soluções à crise e enfrentar as dificuldades que a geraram, para o bem de toda a população”, afirmou o pontífice aos milhares de peregrinos que acompanharam o tradicional encontro semanal.

“Estou preocupado com o que está acontecendo no Chile”, completou o papa, que visitou o país em janeiro de 2018, onde enfrentou críticas e protestos pelos casos de abuso sexual cometidos por membros da Igreja.

Continua após a publicidade

(Com AFP)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Veja e Vote.

A síntese sempre atualizada de tudo que acontece nas Eleições 2024.

OFERTA
VEJA E VOTE

Digital Veja e Vote
Digital Veja e Vote

Acesso ilimitado aos sites, apps, edições digitais e acervos de todas as marcas Abril

1 Mês por 4,00

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (equivalente a 12,50 por revista)

a partir de 49,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.