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Sem evidências, Noboa denuncia fraude nas eleições do Equador

Presidente equatoriano, que disputará segundo turno com Luisa González, questiona contagem de votos e sugere que gangues tentaram favorecer a rival

Por Redação Atualizado em 11 fev 2025, 16h39 - Publicado em 11 fev 2025, 15h47

O presidente do Equador, Daniel Noboa, denunciou, nesta terça-feira 11, irregularidades na apuração dos votos do primeiro turno da eleição presidencial. Segundo ele, grupos ligados ao crime organizado tentaram manipular o resultado eleitoral para favorecer a candidata esquerdista Luisa González, apoiada pelo ex-presidente Rafael Correa. Os dois devem disputar o segundo turno, marcado para o dia 13 de abril.

Noboa também questionou a contagem oficial dos votos, alegando que os números divulgados pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) não coincidiram com a apuração rápida feita pela Organização dos Estados Americanos (OEA).

Em entrevista à Rádio Centro, diretamente do Palácio de Carondelet, o presidente, um novato na política cuja fortuna vem de um império de exportação de bananas, sugeriu que facções criminosas atuaram para influenciar o resultado da votação, sem citar nomes. Ele afirmou que gangues ameaçaram cidadãos para garantir votos em González, que perdeu para ele por uma margem mínima.

A contagem de votos deu 44,3% dos votos válidos a Noboa e 43,8% a González, uma diferença de menos de 50.000 votos.

Noboa destacou a captura de Negro Barrei, líder da facção criminosa Los Lobos, como evidência de conexões entre o crime organizado e o Movimento Revolução Cidadã, partido de Correa, embora não tenha fornecido detalhes específicos sobre essas ligações.

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Em busca da reeleição

Além das denúncias sobre interferência no processo eleitoral, Noboa aproveitou a entrevista para reforçar suas propostas econômicas. O presidente defendeu incentivos fiscais para empresas que contratem jovens e medidas para facilitar o acesso ao crédito por mulheres empreendedoras.

Outro tema abordado foi sua conturbada relação com a vice-presidente do país, Verónica Abad. Noboa questionou o fato de ela não ter mostrado publicamente sua cédula de votação no dia das eleições e insinuou uma conspiração contra ele. “A verdade é que não acredito muito nela”, afirmou.

Apesar das incertezas políticas, Noboa deixou claro que buscará a reeleição. “O Equador precisa de mais quatro anos de um governo adequado”, declarou.

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Polarização no Equador

As eleições no Equador se transformaram em um duelo entre dois projetos opostos de governo. De um lado, Noboa aposta na repressão ao crime organizado e na ampliação do poder das forças de segurança para conter a escalada da violência. Do outro, González propõe o retorno ao modelo social do correísmo, com foco em programas assistenciais e recuperação econômica.

Desde que assumiu a presidência em 2023, Noboa, de 37 anos, se tornou o chefe de Estado mais jovem do mundo e adotou uma postura agressiva contra o narcotráfico e as gangues que aterrorizam o país. Seu governo usou as Forças Armadas para retomar o controle de presídios e declarou guerra ao crime organizado. Essa abordagem conquistou apoio de parte da população, mas também gerou críticas.

Luisa González, por sua vez, representa a continuidade das políticas de Rafael Correa, presidente entre 2007 e 2017, período de forte investimento em infraestrutura e programas sociais. No entanto, a era Correa também foi marcada por escândalos de corrupção, resultando na condenação e exílio do ex-presidente.

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