Se for atacada pela Rússia, Finlândia irá revidar, diz chefe da Defesa
Com uma das artilharias mais fortes da Europa, o país vem se preparando para o confronto desde a Segunda Guerra Mundial
A Finlândia afirmou estar pronta para lutar contra a Rússia, caso seja atacada. O chefe das Forças Armadas do país, Timo Kivinen, declarou nesta quarta-feira, 22, que os finlandeses ofereceriam resistência à ofensiva russa, assim como a Ucrânia.
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“A Ucrânia tem sido osso duro de roer (para a Rússia), e a Finlândia será também”, disse Kivinen, em entrevista à agência de notícias Reuters.
Além da nação estar preparada em termos de poder de fogo, forças blindadas e forças aéreas, o general afirmou que os militares estão motivados para o combate com o vizinho. “A linha de defesa mais importante está no estímulo aos soldados, como prova a guerra na Ucrânia no momento”, afirmou.
Uma pesquisa realizada em maio pelo Ministério da Defesa do país revelou que cerca de 82% dos entrevistados estariam dispostos a participar da defesa nacional se a Finlândia fosse atacada.
Ao contrário de outros países do Ocidente, a Finlândia não aboliu o recrutamento militar para homens após o fim da Guerra Fria. A nação de 5,5 milhões de pessoas conta com cerca de 280.000 militares ativos, com 870.000 treinados como reservistas.
Desde a Segunda Guerra Mundial, período em que lutou duas vezes contra as forças soviéticas, Helsinque manteve um alto nível de preparação militar, construindo uma das artilharias mais fortes da Europa. Atualmente, o país investe 2% do seu PIB em defesa, um nível superior ao de muitos países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
Motivada pela pela invasão russa da Ucrânia, a Finlândia se candidatou para integrar a aliança militar do Ocidente, rompendo com a tradição de neutralidade que mantinha desde a Guerra Fria.
Contudo, a entrada na aliança só irá se concretizar após a aprovação do pedido de todos os membros da organização, incluindo a Turquia, que tem se mostrado resistente às candidaturas da Finlândia e da Suécia.
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Criticando a intenção dos países nórdicos, Moscou afirmou que a adesão da Finlândia e da Suécia à Otan seria um “erro grave” com “consequências de longo alcance”.
A adesão à Otan permitiria ao país nórdico aumentar sua capacidade de alerta precoce ao fazer parte do controle conjunto do espaço aéreo da organização. Além disso, Helsinque também ganharia a proteção extra do célebre Artigo 5, que define a agressão a um como agressão a todos.
Apesar de 76% da população do país apoiar seu ingresso na Otan, o general finlandês afirmou que “a principal responsabilidade pela defesa da Finlândia ainda será da Finlândia”.
Seu arsenal conta com um estoque de mísseis com alcance de até 370 km e o governo está encomendando quatro novos navios de guerra, bem como 64 caças F-35, aeronave projetada para atacar alvos terrestres. Ela planeja encomendar até 2.000 drones, seu próprio equipamento antiaéreo de alta altitude e está construindo barreiras em sua fronteira de 1.300 km com a Rússia.
As nações vizinhas mantém uma conturbada relação histórica. A Finlândia integrou o Império Russo até 1917 e travou duas guerras com a União Soviética na década de 1940. Em 1948, Helsinque acabou cedendo 10% de seu território à URSS assinando um tratado de “amizade, cooperação e assistência mútua” que a isolou militarmente da Europa Ocidental.