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Scholz quebra silêncio sobre crise no governo e critica polarização na Alemanha

Em discurso ao Parlamento, chanceler alemão apelou que partidos aprovem 'tópicos urgentes' antes das eleições antecipadas, que ele deve perder

Por Da Redação Atualizado em 13 nov 2024, 12h56 - Publicado em 13 nov 2024, 11h48

O chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, anunciou nesta quarta-feira, 13, que seu governo será submetido a voto de confiança que abrirá caminho a novas eleições, após o colapso de sua coalizão na semana passada. Em discurso ao Parlamento, o primeiro desde o início da crise, ele também apelou que os partidos aprovem “tópicos urgentes” antes do novo pleito, que ele deve perder, e lançou um alerta contra a polarização política.

A turbulência começou quando o chanceler, do Partido Social-Democrata (de centro-esquerda), demitiu seu ministro das Finanças, Christian Lindner, do Partido Democrático Liberal (de centro-direita), depois de meses de disputa sobre como preencher um buraco multibilionário no orçamento nacional. A legenda de Lindner, por sua vez, abandonou a coalizão, que também conta com o Partido Verde, deixando-a sem maioria parlamentar.

O Partido Social-Democrata, o Partido Democrático Liberal e o Partido Verde governavam juntos desde 2021, a primeira coalizão de três pilares em nível federal na Alemanha. O atrito entre as legendas se agravou nos últimos meses devido à saúde financeira do país – a maior economia da Europa deve encolher pelo segundo ano consecutivo e em meio à atual volatilidade geopolítica, com guerras na Ucrânia e no Oriente Médio.

+ Oposição exige que Scholz convoque eleições na Alemanha após coalizão colapsar

Discurso ao Parlamento

Dirigindo-se aos parlamentares, o chanceler atestou que seu governo será alvo de um voto de confiança em 16 de dezembro, mecanismo que testa no legislativo o apoio à atual administração. Caso perca a votação, uma nova eleição será oficialmente convocada para fevereiro. Ele também justificou como “correta e inevitável” a decisão de demitir Lindner.

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Além disso, Scholz defendeu o aumento de benefícios sociais para crianças, em formato de subsídios para as famílias, e advertiu sobre a importância de controlar o arrasto fiscal (quando os impostos sobem por causa da inflação). Ele afirmou que essas decisões “não podem esperar” e que era preciso que todos trabalhem “juntos antes das eleições, para o bem do país”.

O chefe do governo alemão ponderou, no entanto, que a guerra na Ucrânia não pode ser uma pedra no sapato para a prosperidade alemã. Anteriormente, ele propôs anular o freio da dívida pública, que foi imposto pelo governo, para financiar a ajuda militar à nação invadida pela Rússia.

“O apoio à Ucrânia não pode levar a cortes em pensões, assistência e saúde”, disse ele, apesar de prometer que Kiev “não ficá sozinha”.

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