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Rússia oferece liberdade a prisioneiros que lutarem na guerra da Ucrânia

Com um exército cada vez mais esgotado, país oferece recompensa para aqueles que estiverem dispostos a ir ao campo de batalha, segundo CNN

Por Da Redação 10 ago 2022, 16h52

A Rússia está contratando prisioneiros condenados para lutar na guerra da Ucrânia em troca de liberdade à medida que seu Exército regular se vê cada vez mais esgotado ao longo de quase seis meses de confronto, de acordo com reportagem da rede CNN.

Ao longo de um mês, a investigação feita pela rede americana ouviu familiares e amigos que apontam para evidências de que centenas de prisioneiros foram abordados em todo o território russo, desde assassinos a traficantes de drogas. Dezenas de mensagens analisadas dão detalhes das recompensas tentadoras oferecidas para aqueles que aceitarem a oferta, sinalizando que o risco de morte é alto. 

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“Eles aceitarão assassinos, mas não estupradores, pedófilos, extremistas ou terroristas. A anistia ou o perdão em seis meses estão em oferta. Alguns falam em 100.000 rublos por mês, outros 200.000. Tudo é diferente”, disse um dos condenados de maneira anônima. Para efeito de comparação, um pagamento de 100.000 rublos é equivalente a cerca de 8.000 reais. 

Segundo a fonte ouvida pela CNN, a oferta foi feita quando homens não identificados, supostamente integrantes de uma empresa militar privada, chegaram à prisão e disseram que seria necessário um treinamento de duas semanas na região de Rostov, no sul do país, e que os recrutadores não pareciam interessados na experiência militar de cada um.

Aqueles que aceitam a oferta são retirados da prisão e levados aos locais de treinamento, deixando seus familiares sem notícias. De acordo com ativistas dos direitos humanos que trabalham nas penitenciárias russas, houve uma série de relatos de parentes procurando por detentos em toda a Rússia desde o início de julho. 

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“Nas últimas três semanas, houve uma onda muito grande desse projeto para recrutar milhares de presos russos e enviá-los para a guerra”, disse o chefe de um grupo de defesa de prisioneiros, Vladimir Osechkin.

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Segundo ele, algumas das ofertas previam o pagamento de até cinco milhões de rublos à família da vítima em caso de morte, mas não há garantia de que essas recompensas serão honradas. No entanto, mesmo assim havia um enorme grupo de detentos e familiares que pareciam ansiosos para que o recrutamento prosseguisse. 

“Eles vão primeiro, e quando o exército ucraniano os vê, eles atacam. Então os soldados russos veem onde estão os ucranianos e bombardeiam o local”, disse Osechkin, especulando que eles são usados apenas como isca.

As opções de combatentes têm se tornado cada vez mais escassas para a Rússia ao longo de quase seis meses de guerra. Anteriormente, o presidente Vladimir Putin havia dito que não existia nenhuma mobilização de recrutas para a guerra, embora o ministério da Defesa tenha admitido mais tarde que precisou retirar alguns deles da linha de frente e que suas implementações foram um erro. 

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De acordo com o Kremlin, não haverá uma grande campanha de recrutamento oficial no país, provavelmente devido à grande chance da ação não ser aceita pela população, uma vez que as mortes não vêm alterando de maneira consistente a dinâmica no campo de batalha. 

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Segundo ativistas russos, os contratos são feitos através da empresa militar privada Wagner, uma vez que o Exército é proibido de contratar condenados em território nacional. Além disso, os prisioneiros não podem compartilhar nenhuma cópia de seus contratos com familiares ou aliados, o que torna a situação ainda mais obscura. 

Na semana passada, o ministro da Defesa do Reino Unido, Ben Wallace, compartilhou uma análise de agências ocidentais de que a Rússia estaria fracassando em seus objetivos na guerra contra a Ucrânia. Pouco antes, durante o Fórum de Segurança de Aspen, Richard Moore, chefe do serviço de inteligência (MI6), também havia apontado que Moscou está “prestes a perder força” no conflito.

“Nossa avaliação é que os russos terão cada vez mais dificuldade em fornecer suprimentos à tropas nas próximas semanas. Eles terão que fazer uma pausa e isso dará aos ucranianos oportunidades de contra-atacar”, disse Moore.

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