Rússia executou soldados que tentaram recuar da Ucrânia, dizem EUA
Estimativas apontam que forças russas já perderam 5 mil pessoas na cidade Avdiivka, sendo algumas delas por ordem dos seus próprios lideres
A Rússia estaria executando soldados que tentam recuar da ofensiva promovida por Moscou ao leste da Ucrânia, de acordo com um memorando dos Estados Unidos publicado nesta sexta-feira, 27. Segundo Washington, alguns dos militares morreram perto da cidade de Avdiivka “por ordem dos seus próprios líderes”.
A batalha entre as tropas ucranianas e russas pela cidade da linha de frente começou há algumas semanas e autoridades ocidentais acreditam que a Rússia tenha sofrido perdas “significativas” neste período. As estimativas de Kiev dizem que o número de vítimas russas em Avdiivka se aproxima de 5 mil pessoas, enquanto os EUA afirmam que a Moscou perdeu “pelo menos” 125 veículos blindados.
Um porta-voz do Exército ucraniano disse que algumas tropas russas estavam se recusando a atacar posições ucranianas perto de Avdiivka devido às perdas que Moscou vem sofrendo e afirmou que houve motins em algumas unidades. Os EUA acreditam que os militares russos “parecem estar usando o que chamaríamos de táticas de ‘onda humana’, apenas jogando massas desses soldados mal treinados direto para a luta”.
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“As forças mobilizadas da Rússia continuam mal treinadas, mal equipadas e despreparadas para o combate, como foi o caso durante a fracassada ofensiva de inverno do ano passado”, disse John Kirby, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos EUA. “Sem equipamento adequado, sem liderança, sem recursos, sem apoio. Não é surpreendente que as forças russas estejam a sofrer de moral baixa”.
Avdiivka fica perto da cidade de Donetsk, ocupada pela Rússia, e o seu domínio permitiria que as tropas russas empurrassem a linha de frente mais para dentro da Ucrânia, tornando a contraofensiva contra Donetsk mais complicada. A cidade foi praticamente abandonada pelos seus 30 mil residentes enquanto o conflito continua. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, descreveu a situação como “particularmente difícil”.
Na última quinta-feira, 26, os EUA anunciaram um novo pacote de assistência militar de 150 milhões de dólares (R$ 743 milhões) para a Ucrânia, que inclui artilharia e munições para armas ligeiras, bem como armas antitanque. No entanto, a ajuda foi colocada em dúvida depois da eleição do republicano Mike Johnson como presidente da Câmara dos Representantes dos EUA no início desta semana. Johnson, que pertence à ala conservadora do Partido Republicano, é contra a continuação da ajuda à Ucrânia e já apoiou anteriormente alterações para bloquear esse tipo de medida.