Rússia diz que Mariupol ignorou ultimato e ameaça ‘eliminar’ resistência
Ministério da Defesa da Rússia diz que Kiev barrou as negociações de rendição da cidade; combatentes tinham até a meia-noite de sábado para se render
O Ministério da Defesa da Rússia afirmou neste domingo, 17, que o ultimato para que Mariupol se rendesse foi ignorado e ameaçou “eliminar” a resistência na cidade ucraniana, segundo a rede americana CNN. O ministério disse que soldados ucranianos poderiam “baixar as armas e se render para salvar suas vidas”, mas que negociações teriam sido barradas por Kiev.
O país afirmou que ouviu de soldados ucranianos que já tinham se rendido antes que há cerca de “400 mercenários estrangeiros”, incluindo europeus e canadenses, combatendo e que foram cercados junto com os ucranianos. “Caso a resistência continue, todos serão eliminados”, disse a Defesa russa.
O ultimato russo foi dado neste sábado. Os combatentes tinham até 6h da manhã no horário de Moscou (meia-noite no horário de Brasília) para entregar suas armas e se render pacificamente.
Em declaração em vídeo no sábado, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse que a Rússia está “deliberadamente tentando destruir todo mundo” em Mariupol e que seu governo está em contato com os combatentes.
Em uma nota publicada no site da presidência, Zelensky afirmou que estava aberto para negociar com Vladimir Putin, mas que as conversas seriam impossíveis caso a Rússia continue cometendo crimes de guerra.
A cidade, uma das maiores da Ucrânia perto da fronteira com a Rússia, é cobiçada por seu acesso ao Mar de Azov, que se conecta ao Mar Negro – um dos poucos pontos de água navegável da região. Segundo dados do ministério russo, 4.000 pessoas morreram na cidade durante o combate, e 1.464 militares ucranianos se renderam até o momento.