Rússia diz que delegação do Hamas e representante do Irã estão em Moscou
Na quarta-feira, presidente russo, Vladimir Putin, alertou para possível expansão do conflito entre Israel e grupo palestino para além do Oriente Médio
Uma delegação do grupo militante palestino Hamas, que controla Gaza, está atualmente fazendo uma visita a Moscou, disse a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, em entrevista à imprensa nesta quinta-feira, 26, sem dar mais detalhes.
Segundo a agência de notícias estatal russa RIA, citando fontes da delegação palestina, Abu Marzook, um membro sênior do Hamas, estaria entre os enviados à Rússia. Separadamente, Zakharova também afirmou que o vice-ministro das Relações Exteriores do Irã, Ali Baghiri Kani, também está visitando Moscou.
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Na quarta-feira, o presidente russo, Vladimir Putin, alertou para uma possível expansão do conflito entre Israel e o Hamas para além do Oriente Médio. Em uma reunião do Kremlin com líderes religiosos russos, ele destacou que conter a escalada da violência deveria ser prioridade das lideranças internacionais, tendo expressado sua preocupação em telefonemas para diferentes governos.
“Nossa tarefa hoje, nossa principal tarefa, é parar o derramamento de sangue e a violência”, discursou Putin, de acordo com a transcrição do encontro. “Caso contrário, uma nova escalada da crise estará repleta de consequências graves, extremamente perigosas e destrutivas. E não apenas para a região do Oriente Médio.”
Sem citar nomes, o líder russo disse que forças ocidentais estariam provocando uma escalada do confronto, acrescentando que essas autoridades estariam buscando atrair mais países para a guerra na região. Para Putin, o objetivo final seria “lançar uma verdadeira onda de caos e ódio mútuo não só no Oriente, mas também muito além das suas fronteiras”, enquanto “sentimentos nacionais e religiosos” estariam sendo atiçados.
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Em seguida, ele prestou suas condolências às famílias dos israelenses mortos ou feridos pelo Hamas em um ataque que deu início ao conflito, em 7 de outubro. O presidente também indicou que Moscou continuará na defesa da chamada “solução de dois Estados”, que prevê a criação de um Estado judeu e outro palestino, no que acredita ser a única maneira de alcançar um acordo de longo prazo.
Putin lamentou, ainda, os constantes bombardeios de Israel contra a Faixa de Gaza, ainda habitada por 2 milhões de civis, já que “pessoas inocentes não devem ser responsabilizadas por crimes cometidos por outros”.