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Russa crítica à guerra é sentenciada a 8 anos de prisão por pedir morte de Putin 

Processos recentes superam níveis de repressão política vistos até mesmo durante governos dos líderes soviéticos Nikita Khrushchev e Leonid Brezhnev

Por Da Redação
Atualizado em 15 nov 2024, 10h23 - Publicado em 15 nov 2024, 10h22

Um tribunal militar de Moscou sentenciou uma mulher a oito anos de prisão na quinta-feira 14 por publicações online contra a guerra na Ucrânia, que segue ininterrupta desde fevereiro de 2022, incluindo diversas postagens que pediam o assassinato do presidente Vladimir Putin, de acordo com agências de notícias russas.

Anastasia Berezhinskaya, uma diretora teatral de 43 anos, mãe de duas crianças pequenas, foi considerada culpada por duas leis de censura durante tempos de guerra (desacreditar o Exército russo e espalhar informações falsas sobre as Forças Armadas), assim como ter justificado terrorismo.

Mais de 1.000 pessoas já foram processadas criminalmente na Rússia por se manifestarem contra a guerra na Ucrânia, de acordo com o projeto de direitos OVD-Info. Estima-se que mais de 116 mil pessoas tenham sido processadas por atividades relacionadas a ativismo nos últimos seis anos, um número que supera os níveis de repressão política vistos até mesmo durante os governos dos líderes soviéticos Nikita Khrushchev e Leonid Brezhnev.

Na terça-feira, um tribunal de Moscou sentenciou uma pediatra de 68 anos a cinco anos e meio de prisão depois que a mãe de um de seus pacientes a denunciou publicamente por comentários sobre soldados russos na Ucrânia.

A situação gerou uma onda de apoio à pediatra, considerada uma prisioneira política por organizações de direitos humanos. Em uma carta aberta, um grupo de médicos russos criticou a denúncia, classificando-a como um triste reflexo da repressão política crescente no país.

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Desde o início de 2024, o número de ataques russos com drones sobre a Ucrânia já ultrapassou 6.900, segundo estimativas oficiais. Kiev denuncia que essas operações são voltadas majoritariamente para infraestruturas civis, em uma estratégia que coloca em risco serviços essenciais e, consequentemente, a população. Já Moscou, por sua vez, nega a intenção de atingir civis, afirmando que seus alvos são, em sua maioria, instalações de apoio militar.

Com a chegada do inverno, a Ucrânia se vê diante do desafio de manter seu sistema energético, já fragilizado por ataques anteriores, funcionando sob novas ameaças. A população, mais uma vez, se prepara para enfrentar possíveis cortes de energia e incertezas diante de uma guerra que se intensifica a cada mês.

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