Retirada de tropas dos EUA na Síria pode demorar meses
John Bolton, conselheiro de Segurança Nacional, condicionou medida a garantias de segurança para minoria curda e extinção do Estado Islâmico no país árabe
O conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, John Bolton, disse no domingo 6 que a retirada das tropas americanas na Síria depende de uma série de condições. A fala vai de encontro às pretensões do presidente Donald Trump, que afirmou planejar um processo rápido. As exigências podem estender a permanência dos militares no país por meses ou até mesmo anos.
Durante visita a Israel, Bolton disse a repórteres que forças americanas vão permanecer na Síria até que os últimos resquícios do Estado Islâmico sejam derrotados e a Turquia ofereça garantias de que não irá atacar as forças curdas, aliadas dos Estados Unidos. Junto a outros conselheiros da Casa Branca, ele liderou uma movimentação nos bastidores para frear as ordens de Trump e acalmar aliados, incluindo os israelenses.
“Nós não achamos que os turcos devam iniciar ações militares que não sejam alinhadas e aceitas pelos Estados Unidos, para que não coloquem nossas tropas em risco”, declarou o conselheiro em Jerusalém, às vésperas de uma visita à Turquia na próxima terça-feira, 8.
Ancara não escondeu sua intenção de lançar uma ofensiva contra os curdos, temendo a formação de um Estado independente dessa minoria na Síria.
Ao anunciar o início da retirada militar dentro do prazo de 30 dias, em 19 de dezembro, Trump não mencionou as condições que poderiam ser impostas. A decisão do presidente pegou sua equipe e países aliados de surpresa e sofreu objeções imediatas do Pentágono, que julgou a mudança de estratégia logisticamente impossível.
O Secretário de Defesa Jim Mattis renunciou ao cargo poucas horas depois do comunicado, e o chefe de equipe do Pentágono, Kevin M. Sweeney, declarou no sábado 5 que também está deixando seu posto.