Ratos mortos são encontrados na residência oficial do premiê do Canadá
Autoridades decidiram fechar prédio decrépito no ano passado em meio a preocupações de que ar na mansão não fosse mais seguro de respirar
Anos de negligência transformaram a casa mais importante do Canadá, a residência oficial do primeiro-ministro na Sussex Drive nº 24, em um amontoado de ratos mortos presos atrás de paredes caídas, segundo documentos recém-divulgados. Devido ao abandono governamental, as autoridades canadenses decidiram fechar o prédio decrépito no ano passado em meio a preocupações de que o ar na mansão não fosse mais seguro de respirar.
Os documentos obtidos pelo jornal canadese National Post e publicados pela imprensa nesta semana destacam as diversas consequências agora enfrentadas pelas décadas de negligência, que deixaram a residência oficial do primeiro-ministro infestada de mofo, janelas rachadas, encanamentos defeituosos e um sistema elétrico com risco de incêndio. Agora, o problema dos ratos é mais uma dor de cabeça para o órgão encarregado de preservar edifícios históricos na cidade, o National Capital Commission (NCC).
+ Alvorada canadense: caindo aos pedaços, residência do premiê é interditada
“Há uma importante infestação de roedores, que não pode ser totalmente resolvida até que os problemas do envelope do edifício sejam resolvidos”, alertam documentos internos, datados de junho.
As paredes internas dos edifícios contêm amianto perigoso e não podem ser removidas até que um plano de remediação esteja em vigor. Além disso, a quantidade de ratos em decomposição e os excrementos levaram a “preocupações reais com a qualidade do ar” dentro da residência.
“Entretanto, usamos iscas para controlar a situação, mas isso nos deixa com excrementos e carcaças entre as paredes e nos sótãos e porões”, diz o documento.
Os documentos também sinalizaram preocupações de longa data sobre o amianto e a desintegração do isolamento na fiação elétrica. A nota também se refere a um incidente ocorrido durante o verão que poderia ter tido “danos devastadores e irreparáveis” no edifício.
A casa revestida de calcário fica localizada em um penhasco acima do rio Ottawa e é considerada um dos lotes mais importantes e politicamente carregados no país. Assim que a residência oficial fechou, o NCC estimou o custo de renovação e modernização em quase 29, 7 milhões de dólares.
Até o momento, o NCC planeja iniciar a remediação do amianto e do mofo na primavera, mas, apesar da natureza de destaque das deficiências do edifício, nenhuma decisão formal foi tomada sobre seu futuro.
O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, passou anos de sua infância na casa, na época que seu pai, Pierre Trudeau, ainda estava no cargo. No entanto, ao assumir o poder em 2015, o canadense declarou que não voltaria para o prédio que caiu aos pedaços.
Apesar da extensa propriedade não ter inquilinos em tempo integral, os jardins são cuidados frequentemente e diversas festas são realizadas no local. Já a piscina e a sauna do prédio, instaladas em 1975 a pedido do pai de Trudeau, “ainda são usadas com muita frequência”.
Outros documentos obtidos pela mídia canadense mostraram que, mesmo sem moradores, a residência acumula contas caras de serviços públicos. Em janeiro, a conta de eletricidade do prédio foi de quase 5 mil dólares canadenses, o equivalente a cerca de 18.500 reais.