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Relatório da ONU revela aumento da repressão e execuções na Coreia do Norte

Documento baseado em 300 entrevistas com fugitivos aponta que Pyongyang impõe de forma sistêmica a pena capital até para quem assiste TV estrangeira

Por Flávio Monteiro
12 set 2025, 10h08 •

Um relatório divulgado pelas Nações Unidas nesta sexta-feira, 12, apontou que a Coreia do Norte tem intensificado a repressão de civis dentro de seu território, incluindo a implementação de pena de morte para quem é flagrado assistindo filmes ou séries estrangeiras.

“Nenhuma outra população está sob tais restrições no mundo de hoje”, apontou o documento produzido pelo Escritório de Direitos Humanos da ONU, acrescentando que devido aos avanços da tecnologia, Pyongyang obteve sucesso em reforçar o controle sobre “todos os aspectos da vida dos cidadãos”.

Baseado em mais de 300 entrevistas com norte-coreanos que conseguiram fugir da ditadura de Kim Jong-un nos últimos 10 anos, o relatório descobriu que a violência contra a população aumentou, com uma expansão dos trabalhos forçados e a utilização frequente da pena de morte.

Ao menos seis novas leis foram criadas desde 2015, permitindo que indivíduos considerados criminosos pelo regime de Pyongyang possam ser punidos com a pena capital — entre eles, o ato de assistir ou compartilhar conteúdo produzido no exterior, como filmes ou séries de TV. A medida é vista como uma forma de limitar o acesso dos norte-coreanos à informação.

Segundo os fugitivos entrevistados pelas Nações Unias, as execuções pelo crime são públicas, realizadas por pelotões de fuzilamento para incutir medo nas pessoas e desencorajá-las de infringir a lei. Em entrevista à emissora britânica BBC, a norte-coreana Kang Gyuri, que escapou do país em 2023, deu detalhes do julgamento de um amigo condenado à morte por possuir conteúdo sul-coreano.

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“Ele foi julgado junto com traficantes. Esses crimes são tratados da mesma forma agora”. De acordo com Kang, consumir os conteúdos do país vizinho permitiu que ela entendesse o nível de repressão a qual estava submetida. “Eu achava normal que o Estado nos controlasse tanto. Achei que outros países conviviam com isso. Mas depois percebi que só acontecia na Coreia do Norte”, afirmou.

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Desde sua proclamação oficial como um regime comunista de partido único em 1948, a Coreia do Norte vem sendo governada com mão de ferro pela família Kim, que mantém o país praticamente isolado do mundo. Em 2011, quando Kim Jong-un tomou posse como novo líder, se esperava que o cenário se alterasse, ao menos parcialmente. Não aconteceu.

Embora Kim tenha prometido que os cidadãos não precisariam mais “apertar os cintos”, indicando que os norte-coreanos não teriam que enfrentar restrições devido à escassez crônica de comida, a situação no país acabou piorando sob sua administração. Os mercados informais foram reprimidos, e o controle reforçado das fronteiras tornou mais difícil escapar da ditadura.

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“O governo gradualmente impediu as pessoas de ganhar a vida de forma independente, e o próprio ato de viver se tornou um tormento diário”, contou à ONU uma jovem que conseguiu fugir do país em 2018, quando tinha 17 anos.

As Nações Unidas apontam que o número de norte-coreanos forçados a trabalhar em projetos de construção ou mineração aumentou nos últimos dez anos, e que há pelo menos quatro campos de prisioneiros políticos em operação, onde os detidos são submetidos a abusos e torturas.

O órgão internacional pede que a situação seja denunciada no Tribunal Penal Internacional (TPI). Seria muito difícil, uma vez que a acusação deve ser encaminhada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas, onde China e Rússia, dois dos membros permanentes com direito a veto, repetidamente bloqueiam qualquer tentativa de impor sanções à Coreia do Norte.

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