Reino Unido e mais quatro países adotam restrição contra variante africana
Nações barraram voos da África do Sul e de outros países do sul do continente onde a nova cepa foi detectada
Reino Unido, Alemanha, Itália, Áustria e Israel adotaram restrições contra a entrada de turistas da África do Sul após a identificação de uma nova variante da Covid-19 no país. Segundo cientistas, a nova cepa batizada de B.1.1.529 tem disseminação extremamente rápida.
As primeiras nações a anunciarem medidas neste sentido foram Reino Unido e Israel, ainda na noite de quinta-feira 25. O governo britânico decidiu restringir os voos da África do Sul e mais cinco países da região sul do continente africano: Namíbia, Zimbábue, Botswana, Lesoto e Suazilândia. A administração israelense adotou uma medida semelhante, mas também incluiu Moçambique na sua lista vermelha.
A Comissão Europeia marcou uma reunião para a tarde desta sexta-feira, 26, para propor a suspensão dos voos do sul da África. Mas antes mesmo do encontro, Alemanha, Itália e Áustria já anunciaram medidas neste sentido.
“A situação está evoluindo muito rápido, queremos ter garantias máximas para frear a expansão da variante”, afirmou um porta-voz da Comissão Europeia à agência de notícias AFP.
‘Medidas precoces’
O governo da África do Sul se manifestou e classificou como precoces as medidas adotadas. Em nota, a nação afirmou que seu Executivo “respeita o direito de todos os países de tomar as medidas de precaução necessárias para proteger os seus cidadãos”. No entanto, classifica as restrições como “apressadas”.
O mercado britânico é especialmente importante para a economia sul-africana, por isso, o Ministério de Relações Internacionais e Cooperação se apressou em emitir um comunicado, logo depois do anúncio de Londres. Um porta-voz da pasta, Clayson Monyela, disse que o governo irá “dialogar com todos os países” para que as restrições sejam revistas, já que nem a Organização Mundial da Saúde (OMS) teve tempo de avaliar a nova variante.
A identificação da B.1.1.529 foi anunciada ontem no país africano, a partir de análises realizadas em meados deste mês. Ela é caracterizada por mais de 30 mutações, que podem escapar da resposta imunológica do corpo e torná-la mais transmissível.
Ao todo, 59 casos foram identificados até o momento. A maioria dos infectados está na África do Sul, mas a nova variante também já foi detectada em Botsuana e Hong Kong.