Rainha Elizabeth II recebe Trump no palácio de Buckingham
Presidente e primeira-dama dos EUA foram recebidos pelo príncipe Charles e sua esposa Camilla ao pousarem em Londres
A rainha Elizabeth II recebeu nesta segunda-feira, 3, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no palácio de Buckingham. O americano começou hoje sua visita de Estado de três dias ao Reino Unido.
O presidente e a primeira-dama, Melania Trump, participaram de cerimônia especial na residência oficial da Família Real britânica e seguiram para um almoço privado com a rainha.
Trump e Melania chegaram aos jardins do palácio no helicóptero Marine One dos Estados Unidos e foram recebidos pelo príncipe Charles e sua esposa Camilla.
Com toda a pompa que rodeia a visita de Estado, os convidados foram recebidos com honras pela guarda real. Depois, ouviram os hinos americano e britânico.
Como marca a tradição, a Real Artilharia a Cavalo do Rei disparou 82 salvas de canhão em Green Park, enquanto na Torre de Londres a Honorável Companhia de Artilharia disparou 103 tiros, mais do que o habitual para vistas de líderes internacionais.
Após a cerimônia, os convidados subiram as escadas do palácio onde eram esperados pela rainha. Além do almoço, a comitiva americana visitará a galeria do palácio de Buckingham e verá uma exibição com objetos da Coleção Real.
O presidente e a primeira-dama dos Estados Unidos estão hospedados na residência do embaixador americano em Londres. A filha do presidente, Ivanka Trump, e seu marido, o assessor presidencial Jared Kushner, também viajaram para o reino Unido.
Sadiq Khan
Ao aterrissar, Trump disse em sua conta no Twitter que o prefeito de Londres, Sadiq Khan, é um “fracassado total”. “Sadiq Khan tem feito um trabalho horrível como prefeito de Londres e tem sido, de forma tola, ‘asqueroso’ com o presidente dos EUA, de longe o aliado mais importante do Reino Unido”, escreveu o líder americano na rede social.
“É um fracassado total que deveria focar no crime em Londres, não em mim”, completou.
Khan, do Partido Trabalhista, havia criticado nos dias anteriores a visita de Trump ao Reino Unido, assim como a organização de uma recepção com todas as honras próprias de uma visita de Estado para o americano.
O britânico chegou a comparar, no domingo, em um artigo publicado pelo jornal The Observer, a linguagem de Trump com a de “fascistas do século 20”, colocando-o no mesmo grupo que extremistas como o húngaro Viktor Orbán, o italiano Matteo Salvini, a francesa Marine Le Pen e o britânico Nigel Farage.
O presidente americano, de 72 anos, afirmou no entanto que deseja ser um “grande amigo do Reino Unido” no início de sua primeira visita de Estado ao país, após uma tentativa em julho do ano passado que se tornou uma simples visita de trabalho em consequência dos protestos, quando milhares de britânicos o chamaram de “misógino, homfóbico e xenófobo”.
‘Baby Trump’
Para a visita desta semana também foram convocadas grandes manifestações, em particular na terça-feira, 4, quando Trump se reunirá com a primeira-ministra Theresa May. Assim como na visita de 2018, os organizadores pretendem instalar um balão de seis metros que representa Trump de fralda e um celular na mão.
A figura foi usada pela primeira vez em julho de 2018 e instalada perto do Palácio de Westminster. Na ocasião, o presidente americano afirmou que o balão o deixava “desconfortável”.
Brexit
No período da tarde desta segunda, a família Trump deve visitar a Abadia de Westminster, no centro da capital britânica, antes de tomar chá com o príncipe Charles, herdeiro do trono britânico. O primeiro dia da visita terminará com um banquete oficial oferecido com todas as honras pela monarca de 93 anos.
Por trás de toda a pompa persiste o incômodo em um país que aguarda a saída oficial da primeira-ministra de seu cargo na próxima sexta-feira, 7. May foi derrotada por sua incapacidade para concretizar o Brexit, decidido por referendo em 2016, mas adiado em duas oportunidades e agora programado para 31 de outubro.
Em entrevistas à imprensa britânica às vésperas da viagem,Trump criticou a maneira como a líder conservadora negociou com Bruxelas, recomendou a seu sucessor que abandone a União Europeia (UE) sem um acordo e apontou o ex-ministro das Relações Exteriores, Boris Johnson, como seu favorito para governar o país.
O presidente americano também elogiou o extremista Farage, líder do Partido do Brexit, grande vencedor das eleições europeias no Reino Unido. No avião, ele afirmou inclusive que poderia se reunir com Farage e Johnson, com os quais disse ter “ótimas relações”.
“É uma interferência inaceitável em nossa democracia”, criticou o líder da oposição trabalhista, Jeremy Corbyn.
(Com AFP, Estadão Conteúdo e EFE)