Quero encontrar Lula para aumentar compreensão sobre Ucrânia, diz Zelensky
Para líder ucraniano, isso aumentará também o entendimento do país na América Latina; declaração foi feita em coletiva que marca um ano de guerra
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse nesta sexta-feira, 24, que deseja encontrar-se com seu colega brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), durante uma coletiva de imprensa em Kiev que marca o aniversário de um ano da invasão russa. Para o ucraniano, o presidente do Brasil poderia ajudar a fazer com que a “Ucrânia seja mais bem compreendida na América Latina”.
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Mais cedo, Zelensky mencionou que planeja uma chamada “cúpula da paz” entre a Ucrânia e países do Sul Global – da América Latina, África, China e Índia – para pôr fim à guerra em seu país. Ao ser perguntado pelo repórter do SBT Sérgio Utsch sobre o assunto, durante a coletiva de imprensa, o presidente ucraniano disse que já havia falado sobre o assunto com Lula.
“Convidei Lula para vir à Ucrânia e realmente quero um encontro com ele. Adoraria ter sua assistência e apoio para iniciar conversas com a América Latina. Eu estou apenas esperando encontrá-lo, cara a cara, e acho que assim eu e a Ucrânia poderíamos ser mais bem compreendidos na região”, disse.
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Zelensky afirmou que gostaria de comparecer à cúpula de paz com os países do Sul Global, mas disse que seria “muito difícil deixar a Ucrânia”. Desde o início da guerra, em 24 de fevereiro do ano passado, o líder ucraniano só viajou para os Estados Unidos, em dezembro, e para o Reino Unido e Alemanha, neste mês.
A fala de Zelensky ocorre poucas semanas depois de Lula divulgar um plano para criar uma espécie de grupo de trabalho internacional para negociações de paz entre a Rússia e a Ucrânia. A equipe contaria com representantes não só do Sul Global, como Brasil e China, mas também dos Estados Unidos e da Europa.
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“No momento em que a humanidade precisa de paz, cumpre-se um ano da guerra entre a Rússia e a Ucrânia. É urgente que um grupo de países, não envolvidos no conflito, assuma a responsabilidade de encaminhar uma negociação para restabelecer a paz”, tuitou o presidente brasileiro nesta sexta-feira.
A Rússia já disse estar avaliando a proposta, bem como a China. Nesta sexta-feira, Pequim, aliada de Moscou, apresentou um plano de 12 pontos para a paz na Ucrânia, que foi bem recebido por Moscou e até por Kiev, mas imediatamente descartado pelos países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).