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‘Queremos voar’, protestam cubanos em Havana para deixar o país

Companhia aérea, que não permite viagem sem visto, ofereceu alteração da data do voo ou reembolso da passagem de US$ 2 mil

Por Da Redação
Atualizado em 9 jul 2024, 19h24 - Publicado em 8 jul 2024, 20h47

Dezenas de cubanos se reuniram nesta segunda-feira, 8, em frente ao Aeroporto de Havana, para protestar contra a companhia aérea de baixo custo Wingo, que proibiu os passageiros sem visto de visitante de embarcar num avião com destino a Bogotá, Colômbia. A empresa ofereceu alteração da data da viagem para quem possui a passagem mas não tem autorização de viajar, ou direito a reembolso.

Em um vídeo publicado nas redes sociais, várias pessoas reunidas no aeroporto gritam “queremos voar”. A maioria dos passageiros usam Bogotá como rota de fuga para chegar em Manágua, na Nicarágua, porque o governo retirou a exigência de visto para os cubanos e outros cidadãos de países sul-americanos em 2021. Desde então, o país se tornou uma oportunidade de escape, com mais de 600 mil cubanos saindo do país, o maior êxodo da história da ilha.

Diversos passageiros de nacionalidade cubana que não embarcaram gastaram entre US$ 1.500 e US$ 2 mil em passagens, depois de venderem todos os seus pertences. Apesar da Wingo ter oferecido reembolso para alguns, a grande maioria dos afetados não foi informada dessas regras antes de comprar as passagens e, por isso, relutou em aceitar a quantia que não compensa o dinheiro investido no planejamento da viagem.

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“Não queremos reembolso”, diz a mesma mulher no vídeo. “Porque não vamos receber nem um terço do que pagamos. Exigimos voar, queremos voar. Há pessoas aqui que estão praticamente na rua porque vendemos as nossas casas, há crianças, há idosos”, acrescentou em entrevista ao jornal espanhol El País.

Em meio à revolta no aeroporto, as autoridades cubanas enviaram a polícia para reprimir os protestos. O consulado colombiano em Havana emitiu um comunicado na última quinta-feira 4 afirmando que os cubanos não necessitam de visto para viajar nos aeroportos internacionais da Colômbia. No entanto, a companhia afirma em seu site oficial que os passageiros são obrigados a ter “um visto de visitante válido, bem como uma passagem de regresso ao país na rede própria da Wingo”.

De acordo com a Wingo, o visto é um requisito que responde ao “cumprimento do que foi expresso no recente comunicado do Ministério das Relações Exteriores colombiano de que ‘um passageiro estrangeiro só pode ser considerado em trânsito se tiver no mesmo contrato de transporte tanto a chegada para o território colombiano, como a saída para um terceiro país como continuação da viagem'”.

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Esta não é a primeira vez que uma companhia área adota uma medida similar. No mês passado, a colombiana Avianca cancelou todos os voos de Havana para Bogotá e recomendou os clientes a solicitarem reembolso.

Pertencente ao grupo Copa Holdings, a Wingo é propriedade do empresário panamenho Stanley Motta, que apareceu nas páginas da Forbes como um dos homens mais ricos do mundo.

Restrições de viagem

Em março, o Departamento de Estado dos Estados Unidos impôs algumas restrições de visto a alguns executivos de companhias aéreas por “facilitarem a imigração irregular”. No comunicado, eles afirmam que medidas “são tomadas em resposta à tendência crescente de companhias aéreas charter (de baixo custo) que oferecem voos para a Nicarágua destinados principalmente a migrantes irregulares”.

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O episódio ocorre em meio a uma grande crise econômica em Cuba, o que levou a uma emigração em massa. Desde janeiro de 2023, a administração do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, abriu um programa de liberdade condicional aos cidadãos cubanos, um maneira legal para entrarem em território americano. Até o momento, mais de 10 mil cubanos foram autorizados a viajar para o país, informou o Gabinete de Alfândega e Proteção de Fronteiras (CBP).

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