Quem é o líder extremista que comandou ataque ao Capitólio e foi perdoado por Trump
Enrique Tarrio, ex-líder do grupo extremista, havia sido condenado a 22 anos de prisão pelo papel no episódio de 6 de janeiro de 2021

Logo após sua cerimônia de posse, nesta segunda-feira, 20, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, concedeu “perdão completo” para cerca de 1.500 pessoas que invadiram o Capitólio, a sede do Congresso americano, numa tentativa frustrada de impedir a certificação da vitória de Joe Biden em 2021. Entre o perdoados está o ex-líder do grupo de extrema direita Proud Boys (“Meninos Orgulhosos”, em inglês) e um dos responsáveis por organizar o ataque, Enrique Tarrio.
O ex-líder do grupo exclusivamente masculino, considerado uma organização terrorista no Canadá e na Nova Zelândia, foi condenado a 22 anos de prisão por seu papel no ato que resultou na morte de sete pessoas e mais de 2,8 milhões de dólares em danos. A sentença dada a Tarrio foi a maior entre todos os envolvidos no episódio.
“Isso marca um momento crucial na vida do nosso cliente e simboliza um ponto de virada para a nossa nação. Estamos otimistas com o futuro, pois agora viramos a página desse capítulo, abraçando novas possibilidades e oportunidades”, disse o advogado de Tarrio, Nayib Hassan, em uma declaração.
Segundo o decreto de Trump, ficam perdoados todos os investigados pela invasão ou crimes relacionados ao ataque ocorridos entre 6 e 20 de janeiro de 2021.
Quem é Enrique Tarrio
Mesmo antes da invasão do Capitólio, Tarrio já era uma das figuras de extrema direita mais conhecidas dos EUA, tendo se envolvido em alguns protestos violentos, incluindo o mortal ato neonazista em Charlottesville, na Virgínia, em agosto de 2017. Ele assumiu a liderança do Proud Boys em 2018, depois que o fundador do grupo, Gavin McInnes, se afastou.
Tarrio não estava em Washington em 6 de janeiro porque havia sido expulso da capital americana dias antes por um juiz local devido às acusações criminais movidas contra ele por vandalizar uma igreja afro-americana durante um comício pró-Trump. No entanto, promotores federais afirmam que Tarrio foi responsável por mobilizar centenas de membros do Proud Boys para participar do ataque e que ele teria trocado diversas mensagens com outros membros do grupo durante a invasão.
Durante o julgamento de Tarrio e outros quatro membros do Proud Boys, os promotores afirmaram que o grupo extremista estava “sedento por violência e se organizando para a ação” depois que Trump perdeu a eleição presidencial de 2020. Os membros teriam invadido o Capitólio “para manter seu líder preferido no poder, não importando o que a lei ou os tribunais tivessem a dizer sobre isso”.
Neste ano, na data que marcou quatro anos desde a invasão do Capitólio, Tarrio pediu que Trump, ao retornar à Casa Branca, lhe concedesse um perdão total por suas ações. O ex-líder do Proud Boys alega que foi condenado injustamente durante a administração do presidente Joe Biden.
Com a libertação de Tarrio, não está claro qual será o futuro do grupo. Após 6 de janeiro, a organização desmantelou sua liderança nacional e se retirou amplamente de manifestações.