Putin: Depois do nazismo, Rússia é ameaçada novamente por tanques alemães
Citando a decisão de Berlim de enviar veículos a Kiev, presidente russo afirmou que história está se repetindo
Em um discurso nesta quinta-feira, 2, para marcar os 80 anos da conclusão da Batalha de Stalingrado, o presidente russo, Vladimir Putin, comparou a invasão russa à Ucrânia com a luta contra a Alemanha nazista. Citando a decisão de Berlim de enviar tanques a Kiev, ele afirmou que a história está se repetindo.
“É inacreditável, mas é verdade”, disse. “Estamos mais uma vez sendo ameaçados por tanques alemães”. A fala feita diretamente em Volgogrado, nome moderno para Stalingrado, também carrega um peso histórico, à medida que a região foi palco da captura de mais de 90.000 soldados alemães, um momento importante no curso da Segunda Guerra Mundial.
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“Aqueles que esperam derrotar a Rússia no campo de batalha não entendem, parece, que uma guerra moderna com a Rússia será muito diferente para eles”, disse Putin. “Não estamos enviando nossos tanques para suas fronteiras, mas temos os meios para responder. Todos precisam entender isso”.
Antes do discurso do presidente russo, milhares de moradores foram às ruas de Volgogrado para assistir uma parada militar, que contou com aviões e tanques moderníssimos e alguns veículos da Segunda Guerra Mundial. Alguns dos veículos mais modernos estavam marcados com a letra Z, que se tornou um símbolo da invasão russa à Ucrânia.
Parade held to mark 80th anniversary of Battle of Stalingrad
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— RT (@RT_com) February 2, 2023
Na semana passada, o chanceler alemão, Olaf Scholz, anunciou o envio de tanques Leopard 2 à Ucrânia e a permissão que para outras nações enviassem seus próprios veículos. A medida ocorreu após uma campanha de pressão doméstica e internacional para a Alemanha entregar veículos blindados a Kiev, para ajudar na recuperação de território tomado pela Rússia.
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Poucas horas depois de a Alemanha quebrar o tabu, os Estados Unidos anunciaram o fornecimento de 31 dos seus tanques de guerra mais avançados. O movimento dos dois países derrubou definitivamente um dos maiores receios no apoio ocidental à Ucrânia contra a invasão russa: fornecer armamentos com propósito ofensivo e não defensivo.
Embora tenha intensos combates na região leste de Donbas, a guerra entrou em um impasse nos últimos meses, desde que a Ucrânia conseguiu retomar a cidade de Kherson, no sul do país. A única exceção foi a tomada russa da cidade de Soledar, liderada pelo grupo de mercenários Wagner.
Segundo o ministro da Defesa ucraniano, Oleksii Reznikov, a calmaria se daria justamente pela preparação de uma nova ofensiva para o dia 24 de fevereiro, que marca um ano do início da guerra. Segundo Reznikov, Moscou já reuniu milhares de soldados e alertou que o país pode “tentar alguma coisa” na data.
O ataque também marcaria o Dia do Defensor da Pátria, comemorado na Rússia no dia 23 fevereiro, para celebrar o exército. O ministro afirmou que cerca de 500 mil soldados foram convocados por Moscou para a ofensiva.