Putin arrisca Armagedom tanto quanto crise dos mísseis de Cuba, diz Biden
O presidente dos EUA afirmou que Putin 'não está brincando' sobre o uso de armas nucleares e Washinhton está 'buscando uma saída'
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse na noite de quinta-feira 6 que a ameaça nuclear do presidente russo, Vladimir Putin, é a mais perigosa desde a crise dos mísseis de Cuba, em 1962. O líder da Casa Branca afirmou que Washington está “tentando descobrir” a saída para as tensões atuais.
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O governo americano informou repetidamente que não há nenhuma indicação de que a Rússia esteja se preparando para usar armas nucleares, apesar do que chama de “briga de espadas nuclear” de Putin. Mas Biden deixou claro na quinta-feira que está de olho no presidente russo e em como ele pode reagir às vitórias e sucessos recentes dos militares da Ucrânia.
“Pela primeira vez desde a crise dos mísseis cubanos, temos uma ameaça direta ao uso de armas nucleares, se de fato as coisas continuarem no caminho que estavam indo”, disse Biden em um evento de doadores do Partido Democrata, em Nova York.
O presidente dos Estados Unidos também disse que “não enfrentamos a perspectiva do Armagedom desde Kennedy e a crise dos mísseis cubanos”.
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Na crise de 1962, os americanos, liderados pelo presidente John Kennedy, e os soviéticos, sob Nikita Khrushchev, chegaram perto do uso de armas nucleares devido à presença de mísseis soviéticos em Cuba.
Em resposta à fracassada Invasão da Baía dos Porcos de 1961 e a presença de mísseis balísticos americanos na Itália e na Turquia, Khrushchev decidiu concordar com o pedido de Cuba para colocar mísseis nucleares em seu território para deter uma futura invasão estadunidense. Após uma reunião secreta entre o líder soviético e Fidel Castro, uma série de instalações de lançamento de mísseis começou a ser construída e armas de destruição em massa foram posicionadas a 145 quilômetros do litoral da Flórida.
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Putin, disse Biden, “não está brincando quando fala sobre o uso potencial de armas nucleares táticas ou armas biológicas ou químicas, porque suas forças armadas estão, pode-se dizer, com desempenho significativamente abaixo do esperado”.
“Não acho que exista a capacidade de facilmente [usar] uma arma nuclear tática e não acabarmos no Armagedon”, completou.
O presidente americano afirmou que ele e outras autoridades do país estão procurando uma saída diplomática para as tensões atuais.
“Estamos tentando descobrir qual é a saída para [as ameaças de] Putin. Por onde encontramos uma saída? Onde Putin estiver em uma posição que não apenas perde prestígio, mas perde poder significativo na Rússia”, disse Biden.
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O discurso ocorreu na casa do empresário James Murdoch, em Nova York, onde o líder da Casa Branca tentou recorrer ao filho do magnata conservador da mídia Rupert Murdoch para tentar aumentar as chances de seu partido nas eleições parlamentares de 8 de novembro.
O evento na casa de Murdoch teve objetivo de beneficiar o Comitê de Campanha do Senado Democrata, que está apoiando os candidatos democratas ao legislativo.