Procurado pela Interpol: o golpista brasileiro preso na Itália após compra de Maserati
Luiz Eduardo Auricchio Bottura, de 47 anos, conseguiu escapar por anos da Justiça brasileira apesar de mandados de prisão

O brasileiro Luiz Eduardo Auricchio Bottura, de 47 anos, conseguiu escapar da Justiça brasileira apesar de mandados de prisão, emitidos em novembro do ano passado contra ele e sua esposa, Raquel Fernanda de Oliveira, presa em dezembro. Mais do que isso, Bottura conseguiu driblar a Interpol, que havia incluído seu nome à lista vermelha – segundo a organização policial internacional, a medida corresponde a “um pedido às autoridades policiais em todo o mundo para localizar e prender provisoriamente” criminosos, não sendo mandado global.
Bottura é acusado de integrar um esquema milionário, com participação de seus pais e sogros, que fraudava documentos públicos para obter vantagem em processos judiciais. Ao todo, mais de 500 pessoas foram vítimas do conluio. O ex-advogado responderá por crimes de associação criminosa, inserção de dados falsos em sistema de informações, falsificação de documento público, usurpação de função pública, prevaricação e violação de sigilo funcional.
Na mira da Justiça de São Paulo, ele chegou à Itália em janeiro e estava morando na casa de outro brasileiro, que não teve a identidade divulgada. A história mudou em 4 de abril, quando foi preso na cidade de Selvazzano Dentro, onde os bisavós de Bottura nasceram. Embora seja brasileiro, ele tinha passaporte italiano, usado para fugir da polícia paulista.
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Ele, no entanto, não conseguiu escapar da Guarda de Finanças de Pádua, que o localizou após a compra de Maserati Gran Cabrio, carro de luxo, avaliado em quase R$ 2 milhões, e através da mensalidade de uma academia. A força policial acompanhava suas compras no cartão de crédito. O jornal italiano Corriere della Sera apontou que Bottura ” quase não conseguia acreditar que alguém tinha conseguido pegá-lo”.
Afinal, o brasileiro já tem um longo histórico judicial — em 2009, foi preso por suspeita de falsificações de documentos, mas foi absolvido mais tarde. Em 2010, revista eletrônica brasileira Consultor Jurídico revelou que Bottura respondia a mais de 700 processos. No momento, ele aguarda para ser deportado para o Brasil na prisão Due Palazzi, estando à disposição do presidente do Tribunal de Apelações de Veneza. O Brasil e a Itália firmaram um acordo de extradição em outubro de 1989.