Primeiro-ministro da Eslováquia tem alta de hospital após ataque a tiros
Diretor médico diz que Robert Fico continuará em casa a recuperação dos ferimentos sofridos em tentativa de assassinato
O primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico, recebeu alta do hospital nesta sexta-feira, 31, após semanas de internação devido aos ferimentos que sofreu durante uma tentativa de assassinato. O líder eslovaco sofreu um ataque a tiros no dia 15 de maio, e desde então passou por uma série de cirurgias.
Miriam Lapunikova, diretora do hospital na cidade central de Banska Bystrica, disse nesta sexta-feira que Fico foi transferido para sua casa na capital, Bratislava, onde continuaria a se recuperar.
Ela agradeceu a Fico por ser “um paciente disciplinado”.
O ataque
O primeiro-ministro populista sofreu vários ferimentos depois de ter sido baleado no abdômen enquanto cumprimentava apoiadores em um evento no dia 15 de maio, na cidade de Handlova, a cerca de 140 quilômetros de distância de Bratislava.
Vídeos e fotos que circularam depois na internet mostraram Fico se aproximando de uma pequena multidão de pessoas atrás de um cercadinho de metal, e estendendo o braço para apertar as mãos dos apoiadores. De repente, um homem se adianta, estende o braço e dispara cinco tiros contra o premiê, antes de ser imobilizado e preso.
Fico foi imediatamente levado ao hospital e submetido a uma cirurgia de cinco horas, seguida por outra operação de duas horas, dois dias depois, para remover tecido morto de seus ferimentos à bala.
Investigações em curso
O tribunal criminal especializado do país, na cidade de Pezinok, ordenou que o suspeito, já acusado de tentativa de homicídio, permanecesse na prisão. Os promotores pediram que a polícia não identificasse o nome da pessoa nem divulgasse detalhes sobre o caso.
Funcionários do governo disseram inicialmente acreditar que o ataque tivesse sido cometido por um “lobo solitário”, por motivações políticas. No entanto, afirmaram depois que um “terceiro” pode estar envolvido no caso, “agindo em benefício do perpetrador”.
O ataque ocorreu enquanto Fico tentava reformular as regras sobre mídias do país, o que, segundo críticos, daria ao governo controle total da televisão e da rádio públicas. Isto, somado com os seus planos de alterar o código penal para eliminar um procurador especializado em combate à corrupção, levou opositores a acusarem-no de estar levando a Eslováquia em uma direção mais autocrática, como a Hungria de Viktor Orbán.