Black Friday: Revista em casa a partir de 8,90/semana
Continua após publicidade

Presidente interina da Bolívia, Jeanine Áñez desiste de disputar eleições

Quarto lugar em pesquisas, ela afirmou que decisão tem objetivo de frear avanço de Luis Arce, endossado por Evo Morales e líder em intenções de voto

Por Da Redação Atualizado em 18 set 2020, 12h32 - Publicado em 18 set 2020, 12h16

A autoproclamada presidente interina da Bolívia, Jeanine Áñez, anunciou na noite da quinta-feira 17 sua desistência de participar da eleição presidencial marcada para o mês que vem, em uma tentativa de enfraquecer o candidato endossado pelo ex-presidente Evo Morales.

“Hoje deixo de lado minha candidatura à Presidência da Bolívia para cuidar da democracia”, disse a líder de direita em pronunciamento televisionado, no qual explicou que sua decisão foi tomada “ante o risco de que o voto democrático se divida entre vários candidatos e que, devido a isto, o MAS acabe vencendo a eleição”, em 18 de outubro. A chapa do Movimento ao Socialismo (MAS), encabeçada por Luis Arce, ex-ministro da Economia em duas ocasiões, lidera as intenções de voto por ampla margem, segundo uma pesquisa de opinião nacional divulgada na quarta-feira.

ASSINE VEJA

A vez das escolas
A vez das escolas Leia esta semana em VEJA: os desafios da retomada das aulas nas escolas brasileiras. E mais: Queiroz vai assumir toda a responsabilidade por ‘rachadinha’ ()
Clique e Assine

Arce tem 29,2% das intenções, seguido pelo ex-presidente de centro Carlos Mesa, que tem 19%, segundo a pesquisa da fundação católica Jubileo. Em terceiro lugar, aparece o líder regional de direita Luis Fernando Camacho, com 10,4%. Áñez, por sua vez, fica em quarto lugar, com 7%. Se os números se confirmarem, Arce seria eleito já no primeiro turno, já que a Constituição boliviana declara vencedor quem conquistar 50% mais um voto ou mais de 40% com 10 pontos percentuais de vantagem sobre o segundo lugar

Rodeada por seu companheiro de chapa, o empresário Samuel Doria Medina, e por outros aliados políticos, Jeanine pediu união contra o MAS. “Se não nos unirmos, Morales volta, a democracia perde, a ditadura ganha”, afirmou. A presidente interina assumiu o cargo em novembro de 2019, após a renúncia de Morales devido a uma convulsão social e uma rebelião policial por suposta fraude eleitoral. Depois de seguir ao México, o ex-presidente está desde dezembro do ano passado na Argentina.

Continua após a publicidade

Apesar do apoio de governos vizinhos, como o do Brasil, Áñez se tornou alvo de críticas, inclusive de apoiadores, após não cumprir a promessa de que não participaria do pleito. Ela também vem sendo criticada pela má gestão da pandemia de Covid-19. A Bolívia soma mais de 129.000 casos, incluindo cerca de 7.500 mortes. 

Aliança contra o MAS

Após o anúncio de Áñez, imediatamente surgiram versões de que a presidente interina abriu um canal de negociação com Mesa para formar uma coalizão contra o MAS nas urnas. Mesa afirmou nas redes sociais estar “sempre disposto ao diálogo”.

Continua após a publicidade

“A decisão de travar o MAS e abrir uma nova etapa na qual, em primeiro lugar, estão as pessoas sempre será do povo boliviano”, escreveu Mesa, que elogiou a decisão de Áñez, embora tenha criticado a presidente interina pela maneira como lidou com a pandemia e a crise econômica.

Continua após a publicidade

O ministro de Obras Públicas, Iván Arias, garantiu “que nada está sacramentado”, em referência a eventuais negociações políticas, mas disse que “o importante era dar este primeiro passo”.

A porta-voz do MAS, Marianela Paco, afirmou que a decisão de Áñez “tem como base o roteiro traçado pela direita boliviana, que trata de alianças baseadas no ódio, contra o único partido do povo”. Paco acrescentou que Arce, se eleito, trabalhará para resolver os problemas dos bolivianos, tanto econômicos quanto de saúde.

A desistência da presidente interina também levantou dúvidas sobre a própria validade do ato, já que o Tribunal Supremo Eleitoral já está na fase da impressão das cédulas de voto para cerca de 7,3 milhões de eleitores.

Continua após a publicidade

Além disso, o partido de Áñez, o Juntos, registrou candidatos a senadores e deputados nas eleições. Uma fonte do tribunal ouvida pela agência AFP disse que o que falta por enquanto é que a presidente interina formalize sua renúncia e que os magistrados do órgão eleitoral emitam uma resolução.

As eleições presidenciais e legislativas deste ano, que foram adiadas três vezes devido à pandemia, substituem as acirradas eleições de outubro de 2019, que geraram protestos que levaram à renúncia de Morales.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Semana Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

Apenas 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

a partir de 35,60/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.