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Presidente do Peru pede eleições antecipadas após mortes em protestos

Dina Boluarte diz que apresentará projeto de lei para antecipar pleito em dois anos, enquanto milhares vão às ruas após a deposição do antecessor Castillo

Por Da Redação
Atualizado em 4 jun 2024, 11h03 - Publicado em 12 dez 2022, 09h58

A nova presidente do Peru, Dina Boluarte, anunciou em um discurso televisionado nesta segunda-feira, 12, que enviará ao Congresso uma proposta para adiantar as eleições gerais em dois anos, para abril de 2024, após protestos generalizados no país.

A decisão ocorre depois que dois jovens morreram e outros quatro ficaram feridos durante protestos no domingo 11, que exigiam novas eleições após a deposição do ex-presidente Pedro Castillo pela tentativa de dissolver o Congresso.

Um jovem de 15 anos e um de 18 morreram “possivelmente em consequência de ferimentos de bala” durante confrontos com a polícia no na cidade de Andahuaylas, na região andina de Apurimac, disse a chefe da ouvidoria do Peru, Eliana Revollar, à rádio local RPP.

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Baltazar Lantaron, governador da região de Apurimac, disse à estação de televisão local Canal N que “são relatados quatro feridos, tratados no centro de saúde, três deles [com feridas] no couro cabeludo, com lesões múltiplas”.

“A morte deste compatriota é responsabilidade da senhora Dina por não ter apresentado sua renúncia”, disse a deputada Maria Taipe Coronado, que é filiada ao partido que ajudou Castillo e Boluarte a se elegerem no ano passado como presidente e vice-presidente, respectivamente, antes de ambos serem expulsos da legenda. “Desde quando protestar é crime?”

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Milhares de manifestantes ocuparam às ruas em todo o país no domingo, incluindo centenas em Lima, a capital, onde a tropa de choque usou gás lacrimogêneo contra a população.

Os protestos que abalam o Peru esquentaram particularmente nas áreas rurais, redutos de Castillo, um ex-professor e outsider político de um distrito pobre da montanha andina. Os manifestantes atearam fogo a uma delegacia de polícia, vandalizaram um pequeno aeroporto usado pelas forças armadas e marcharam pelas ruas.

Boluarte declarou, pelo Twitter, que “a vida de nenhum peruano merece ser sacrificada por interesses políticos”. “Expresso minhas condolências pela morte de um cidadão em Andahuaylas. Reitero meu apelo ao diálogo e ao fim da violência”, acrescentou.

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A presidente foi empossada na semana passada, depois que Castillo foi destituído pelo Congresso e preso por uma tentativa de golpe, a fim de evitar um voto de impeachment contra ele.

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Os manifestantes, muitos deles partidários de Castillo, exigem há dias que o Peru realize eleições em vez de permitir que Boluarte permaneça no poder até que o mandato de Castillo termine oficialmente, em 2026. Alguns manifestantes também pediram o fechamento do Congresso, que caracterizam como corrupto.

A Corporação Peruana de Aeroportos e Aviação Comercial, que administra os aeroportos do país, informou o fechamento do aeroporto de Andahuaylas após ataques e atos de vandalismo desde sábado. Os manifestantes incendiaram a sala do transmissor, que é crucial para fornecer serviços de navegação, acrescentou.

A ouvidoria disse no sábado que dois policiais foram detidos por horas por manifestantes em Andahuaylas, mas foram liberados posteriormente. Os confrontos no sábado deixaram 16 civis e quatro policiais feridos.

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