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Presidente do Irã manda recado a Trump e diz que não irá negociar sob ameaças

Americano disse na semana passada ter enviado carta a Teerã para negociações sobre acordo nuclear rompido pelos EUA

Por Caio Saad Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 12 mar 2025, 15h33

Em um recado claro aos Estados Unidos, o presidente Masoud Pezeshkian afirmou que o Irã não negociará com Washington sob ameaças, dizendo que Donald Trump pode fazer “o que quiser”, relatou a mídia estatal iraniana na terça-feira, 11.

“É inaceitável para nós que eles deem ordens e façam ameaças. Não vamos negociar com vocês. Façam o que vocês quiserem”, disse o presidente.

+ Trump quer negociar acordo de armas nucleares e diz ter escrito ao Irã

No sábado, o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, já havia dito que o Irã não seria forçado a negociar, um dia após Trump dizer ter enviado uma carta pedindo que Teerã se envolvesse em negociações sobre um novo acordo nuclear.

Em entrevista à Fox News, exibida na sexta-feira, Trump disse ter interesse em negociar um acordo com o Irã sobre o programa de armas nucleares do país, dizendo esperar que o país sente-se à mesa de negociações.

“Eu disse que espero que vocês negociem, porque será muito melhor para o Irã”, disse o republicano. “Acho que eles querem receber essa carta. A outra alternativa é que temos que fazer algo, porque vocês não podem deixar outra arma nuclear.”

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Em 2018, Donald Trump, em seu primeiro mandato, retirou os Estados Unidos do Acordo Nuclear que considerava “o pior acordo já feito na história” e restabeleceu sanções econômicas contra o Irã. Teerã, por sua vez, voltou a enriquecer urânio alegando que os americanos violaram o texto e, portanto, só iriam voltar a cumprir as demandas caso a Casa Branca retirasse as restrições econômicas e cumprisse sua parte.

Tensões recentes

Após o fim do acordo nuclear vigente, o país começou a enriquecer urânio acima do limite estabelecido pelo acordo nuclear internacional de 2015. Autoridades ocidentais alertaram que o tempo está se esgotando para restaurar o acordo antes que o programa do Irã chegue a um ponto em que não possa ser revertido.

As tensões entre Washington e Teerã escalaram e quase culminaram em uma guerra no início de 2020, após os Estados Unidos terem assassinado o general da Guarda Revolucionária e herói de guerra, Qasem Suleimani. Trump também consultou seus conselheiros sobre um ataque às usinas nucleares iranianas ainda em 2020, segundo o The New York Times, mas nunca chegou a dar as ordens finais.

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Em janeiro deste ano, o chefe da agência nuclear das Nações Unidas, Rafael Grossi, afirmou que o Irã está “pisando no acelerador” em seu enriquecimento de urânio, chegando a níveis próximos ao necessário para produzir armas nucleares. 

“Antes, (o Irã) produzia mais ou menos sete quilos (de urânio enriquecido a até 60%) por mês, agora está acima de 30 ou até mais do que isso. Então, acho que isso é uma indicação clara de uma aceleração. Eles estão pisando no acelerador”, disse Grossi no Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça.

A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) da ONU declarou que Teerã atualmente possui cerca de 200 kg de urânio enriquecido a até 60% de pureza, o que seria suficiente para fabricar quatro armas nucleares, caso o metal seja enriquecido ainda mais. No entanto, a organização afirma que o país levaria tempo para instalar e colocar em operação centrífugas para tornar a produção de armas possível. 

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A AIEA já havia confirmado em um relatório confidencial aos Estados-membros no mês passado que o Irã estava acelerando o enriquecimento de urânio para até 60% de pureza, próximo ao nível que é considerado adequado para a produção de armas. O processo de enriquecimento consiste em refinar a matéria-prima para que ela possa ser usada como combustível na geração de energia nuclear civil ou, potencialmente, em armas nucleares.

A declaração de Grossi gerou preocupação entre as potências ocidentais, que afirmam que não há justificativa para enriquecer o metal a esse nível e que nenhum outro país o fez sem produzir armas nucleares. O Irã, por sua vez, disse que seu programa é inteiramente pacífico e negou estar buscando tais armas. 

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